Comissão da Câmara que analisa contratos da Operação Cascalhos de Areia finaliza relatório

Foram meses de trabalho e análise das mais de 40 mil páginas

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Equipe durante a Operação Cascalhos de Areia (Henrique Arakaki, Midiamax)

Nesta quinta-feira (7), o presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Carlão (PSB), confirmou que relatório de análise dos contratos investigados na Operação Cascalhos de Areia está pronto. Comissão foi formada em julho deste ano.

Ainda segundo Carlão, o procurador deve entregar a documentação, que ainda passa por uma revisão. A comissão analisou os contratos investigados entre o município e as empreiteiras que deveriam asfaltar bairros da cidade, mas não entregaram as obras.

Comissão avaliou documentos

No começo do mês de julho, um servidor foi até a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), com pen-drive, para solicitar cópias dos contratos investigados na Operação Cascalhos de Areia.

As empresas relatadas na investigação seriam pertencentes ao empresário André Luiz dos Santos, o ‘Patrola’. São elas a Engenex Construções e Serviços (CNPJ 14.157.791/0001-72) e a A.L.S. Construtora (CNPJ 15.084.261/0001-04).

A investigação do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) foi até os locais, onde supostamente deveriam ocorrer obras, conforme detalhado nos contratos milionários. No entanto, o que foi encontrado foram ruas de terra.

O Midiamax detalhou os endereços apontados no procedimento, que foram vistoriados. Em quase todos os relatórios, o resultado foi de que não havia indícios de intervenção ou melhorias.

No máximo, algumas ruas foram niveladas. Porém, nem mesmo cascalho foi colocado e os moradores das regiões afetadas reclamavam da falta de obras. Os servidores da Sisep alvos da operação foram Medhi Talayeh, engenheiro e supervisor, Edivaldo Aquino Pereira, gestor de projetos, Erik Antônio Valadão Ferreira de Paula, Fernando de Souza Oliveira, e o ex-secretário Rudi Fiorese.

A Sisep foi alvo de buscas durante a operação. Nas investigações, o Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) identificou que a Engenex Construções contratava pessoal meses antes de vencer as licitações com a Prefeitura de Campo Grande. O primeiro contrato teria acontecido em 2012.

Os contratos seguiram na gestão de Marquinhos Trad (PSD) em 2018. O primeiro contrato de 2012 teria sido para limpeza e manutenção de praças, conquistado 5 meses após a Engenex ser criada, na época pelo pai de Mamed Dib Rahim.

Os outros três contratos firmados com a prefeitura são para serviços relacionados com execução de manutenção de vias não pavimentadas e estão em andamento.

Ruas que não foram pavimentadas

  • Rua Cairiri – Jardim São Conrado
  • Rua Coronel Athos P. da Silveira – São Conrado
  • Rua Vitória Zardo – São Conrado
  • Rua Silvio Aiala Silveira – Trecho entre as ruas Avenida Cinco e rua sem saída
  • Rua Eliza Regina – Trecho entre as ruas Avenida Sete e Silvio Aiala Silveira
  • Rua Elizete Cardoso – Trecho entre as ruas Avenida Sete e Silvio Aiala Silveira
  • Rua Vaz de Caminha – Trecho entre as ruas Andrade Neves e Ataulfo Paiva
  • Rua Ataufo Paiva – Trecho entre as ruas Vaz de Caminha e Borborema
  • Rua Ataufo Paiva – Trecho entre as ruas Borborema e Brás Pina
  • Rua Ataufo Paiva – Trecho entre as ruas Brás Pina e Bartolomeu Mitre
  • Rua Osasco – Trecho entre as ruas Adventor Divino e Conquista

Intervenção em ruas já pavimentadas

Nas datas de 13 e 21 de janeiro de 2021, a Engenex teria realizado intervenções na Avenida Prefeito Lúdio Martins Coelho, nos trechos entre as ruas Panambi Vera e Angelo Marques Zafalon, rua Manoelita Alves da Silva e Maria Alves Coimbra.

O contrato nº 194/2018 previa a manutenção de vias não pavimentadas. Contudo, a Avenida Lúdio Martins possui pavimentação, “impossibilitando assim a intervenção da empresa Engenex no local”.

Logo, também não poderia ser realizada a manutenção prevista na planilha para a rua Avenida das Mansões, com trecho entre as ruas Maria Carlota Giordano e Armando Capriata — que também é pavimentado.

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