A comissão mista instaurada na Câmara de Campo Grande para fiscalizar os contratos de cascalhamento após a operação Cascalhos de Areia não tem encontrado falhas na execução pelas vias, explicou o presidente da Casa, vereador Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), nesta quinta-feira (28).
“Até o momento, a comissão não achou irregularidades nos contratos. O estudo das 40 mil páginas já deve ficar pronto na próxima semana”, avisou. A comissão deve divulgar o resultado nas análises no início de outubro.
Segundo Carlão, a prefeitura manda relação de onde o serviço foi executado e os técnicos da Casa vão verificar no local onde o serviço é realizado para conferir. “Os trabalhos estão sendo feitos. Os contratos nossos estão sendo executados. Se não estava era antes, mas agora estão trabalhando até demais”, destacou.
Comissão
A comissão foi criada em julho para investigar os contratos apontados na Operação Cascalhos de Areia. O MPMS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) apontou que diversos serviços não foram realizados pelas vias de Campo Grande.
As empresas relatadas na investigação seriam pertencentes ao empresário André Luiz dos Santos, o ‘Patrola’. São elas a Engenex Construções e Serviços (CNPJ 14.157.791/0001-72) e a A.L.S. Construtora (CNPJ 15.084.261/0001-04).
O Midiamax detalhou os endereços apontados no procedimento, que foram vistoriados. Em quase todos os relatórios, o resultado foi de que não havia indícios de intervenção ou melhorias.
No máximo, algumas ruas foram niveladas. Porém, nem mesmo cascalho foi colocado e os moradores das regiões afetadas reclamavam da falta de obras. Os servidores da Sisep alvos da operação foram Medhi Talayeh, engenheiro e supervisor, Edivaldo Aquino Pereira, gestor de projetos, Erik Antônio Valadão Ferreira de Paula, Fernando de Souza Oliveira, e o ex-secretário Rudi Fiorese.
A Sisep foi alvo de buscas durante a operação. Nas investigações, o Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) identificou que a Engenex Construções contratava pessoal meses antes de vencer as licitações com a Prefeitura de Campo Grande. O primeiro contrato teria acontecido em 2012.
Os contratos seguiram na gestão de Marquinhos Trad (PSD) em 2018. O primeiro contrato de 2012 teria sido para limpeza e manutenção de praças, conquistado 5 meses após a Engenex ser criada, na época pelo pai de Mamed Dib Rahim.
Os outros três contratos firmados com a prefeitura são para serviços relacionados com execução de manutenção de vias não pavimentadas e estão em andamento.
Ruas que não foram pavimentadas
Rua Cairiri – Jardim São Conrado
Rua Coronel Athos P. da Silveira – São Conrado
Rua Vitória Zardo – São Conrado
Rua Silvio Aiala Silveira – Trecho entre as ruas Avenida Cinco e rua sem saída
Rua Eliza Regina – Trecho entre as ruas Avenida Sete e Silvio Aiala Silveira
Rua Elizete Cardoso – Trecho entre as ruas Avenida Sete e Silvio Aiala Silveira
Rua Vaz de Caminha – Trecho entre as ruas Andrade Neves e Ataulfo Paiva
Rua Ataufo Paiva – Trecho entre as ruas Vaz de Caminha e Borborema
Rua Ataufo Paiva – Trecho entre as ruas Borborema e Brás Pina
Rua Ataufo Paiva – Trecho entre as ruas Brás Pina e Bartolomeu Mitre
Rua Osasco – Trecho entre as ruas Adventor Divino e Conquista
Intervenção em ruas já pavimentadas
Nas datas de 13 e 21 de janeiro de 2021, a Engenex teria realizado intervenções na Avenida Prefeito Lúdio Martins Coelho, nos trechos entre as ruas Panambi Vera e Angelo Marques Zafalon, rua Manoelita Alves da Silva e Maria Alves Coimbra.
O contrato nº 194/2018 previa a manutenção de vias não pavimentadas. Contudo, a Avenida Lúdio Martins possui pavimentação, “impossibilitando assim a intervenção da empresa Engenex no local”.
Logo, também não poderia ser realizada a manutenção prevista na planilha para a rua Avenida das Mansões, com trecho entre as ruas Maria Carlota Giordano e Armando Capriata — que também é pavimentado.