A proposta final do arcabouço fiscal deve ser enviada para tramitação no Congresso Nacional ainda nesta semana, segundo o portal Uol. A nova regra fiscal foi apresentada pelo Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no final do mês de março.

O arcabouço fiscal busca substituir o texto de gastos, que limita o crescimento de grande parte das despesas da União à inflação. Para o Governo Federal, o teto de gastos não permitiu investimentos corretos nos últimos anos.

Na última semana, o Midiamax conversou com alguns parlamentares que compõem a bancada federal de Mato Grosso do Sul. Eles consideram a nova proposta como positiva. Entretanto, acreditam que mudanças deverão ocorrer no texto.

Para o coordenador da bancada federal, deputado Vander Loubet (PT), a proposta apresentada é positiva e sinaliza previsibilidade.

“Particularmente, me anima muito a ideia de criação do piso para o investimento público, o que é uma das nossas principais fragilidades hoje, mas sem deixar de lado a preocupação com a questão primária, com a redução da relação dívida/PIB”, comentou.

Ainda assim, Vander acredita que o projeto receberá modificações no Congresso. “Ali, a disputa vai se dar entre os estados, entre o que as bancadas acham que seus estados vão ganhar ou perder”, disse.

O deputado explica acreditar que o Governo Federal está preparado para o debate e também na construção “de consensos e acordos para que a gente possa aprovar esse projeto e dar o pontapé no processo de recuperação da economia e de retomada do crescimento”.

A senadora Soraya Thronicke (União Brasil) afirmou que deverá analisar o projeto com “muito cuidado e disposição, pois economia é um dos principais problemas que temos para resolver no país agora”.

Ainda na data em que o projeto foi apresentado por Haddad, o deputado federal Geraldo Resende (PSDB) afirmou que a assessoria do partido passaria as indicações de melhorias que poderiam ser feitas no texto.

“Entendo que é importante, acredito que o governo estudou toda a elaboração desse ajuste e tenho certeza que haverá pontos que vão coincidir com aquilo que as entidades estão preocupadas”, comentou Resende.

Do mesmo partido, o deputado federal Dagoberto Nogueira (PSDB) comentou acreditar que o arcabouço fiscal é uma saída para dinamizar a economia e assegurar direitos básicos para a população.

“O teto é uma coisa, que toda vez que tivermos que avançar [nas políticas sociais] vai ter que furar. Todos os governos furaram desde quando ele foi implantado, e mais de uma vez. Por isso questiono, porque precisa desse teto? Acho que o argumento principal é poderemos colocar dinheiro no mercado, é que vamos construir casas populares, é que iremos acudir essas que pessoas que mais precisam”, disse o deputado.

A deputada federal Camila Jara (PT), também na data em que o texto foi apresentado, afirmou entender que o novo arcabouço fiscal irá “estabelecer uma regra de teto de gastos, mas também garantir os direitos básicos [da população]”.

“A gente avisou que congelar os investimentos por saúde e educação por 20 anos não seria a saída para o Brasil voltar a crescer e não foi. Então, esse novo arcabouço é a saída que o mercado precisa”, disse a deputada.