Advogada e ativista dos povos indígenas reivindica políticas e amparo em aldeias de Campo Grande
Audiência pública abre debate de políticas públicas para aldeias urbanizadas
Karina Campos, Anna Gomes –
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A Câmara Municipal de Campo Grande realiza nesta segunda-feira (15), em audiência pública, o debate de implementação em políticas públicas para as comunidades indígenas. O encontro contou com a presença da advogada Tatiana Ujacow, ativista dos povos originários e professora da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).
A audiência abre espaço a reivindicações para dar mais dignidade aos povos indígenas, principalmente para as aldeias urbanas em Campo Grande, que são depreciadas por estarem distantes de áreas preservadas longe da urbanização.
“Pessoas têm a ideia equivocada que o indígena sai da aldeia tradicional e deixa de ser indígena, mas não perde a cultura e traz a cultura com ele. Eles saem de suas aldeias de origem em busca de melhores condições de vida para eles e seus filhos. A carência é muito grande e a voz deles nem sempre é ouvida. Eles precisam de representatividade e dignidade. As aldeias urbanas mais afastadas são as que mais sofrem com falta de saneamento e moradia”, diz a advogada Tatiana Ujacow.
A descrição relata a necessidade da implementação de políticas públicas mais atentas às aldeias urbanizadas. “Eles estão na cidade por falta de oportunidade no lugar de origem e se for por vontade própria é um direito como todo cidadão brasileiro. O grande lema do movimento indigenista é ‘posso ser o que você é sem deixar de ser quem sou’”, pontua.
O debate foi convocado pela Comissão Permanente de Meio Ambiente da Câmara Municipal, composta pelos vereadores Zé da Farmácia (presidente), Silvio Pitu (vice), Dr. Jamal, Betinho e Prof. André Luís.
“Participam do encontro pessoas que trabalham com as questões indígenas. Queremos ouvir o que está acontecendo nas aldeias urbanas de Campo Grande, que tem a população indígena proporcionalmente a maior do Brasil. Queremos ver se as questão indígenas, estamos sendo contempladas conforme a visão dos povos indígenas. A intenção é a valorização. Temos uma preocupação muito grande com as minorias e acreditamos que precisa ter um foco mais importante com representatividade”, explicou o vereador André Luís.
Aguinaldo Terena, do Conselho Municipal de Direito de Defesa dos Povos Indígenas, diz que a principal reivindicação é moradia e representatividade, problemas que compõem as principais dificuldades da etnia.
“Somos adaptáveis, muitas vezes dizem que não nos adaptaríamos morando em prédio. Acho que isso é uma desculpa. O que precisamos é viver de forma digna, não importa o lugar que vamos morar, nossa cultura permanece conosco. Também é necessário mais representatividade. Depois que exonerou os funcionários, não nomeou ninguém. Estamos sem representante desde fevereiro. Uma Capital que tem praticamente o mesmo número de indígena que em Manaus tem que ter um olhar mais humano. Precisamos de pessoas que são indígenas ocupando espaços e nos representando”.
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