Após a suspensão do mandato de oito vereadores, suplentes de Maracaju serão convocados para assumir as cadeiras na Câmara Municipal. O presidente interino, vereador Gustavo Duó (PP), afirmou que o edital de convocação deve sair nesta sexta-feira (9).

Ao Jornal Midiamax, o presidente da Câmara confirmou a convocação dos oito suplentes. “Primeiro serão convocados, depois temos que aguardar. Mas amanhã já sai o edital”, disse.

Assim, estes assumirão as vagas dos vereadores afastados com a operação Dark Money. Gustavo assumiu a presidência da Câmara nesta quinta-feira (8). “Eu como presidente interino e o vereador Oséias como secretário”, explicou ainda na quarta-feira (7).

Além de Gustavo e Oseias Enfermeiro (Republicanos), restaram outros três vereadores na Câmara de Maracaju. São eles: Luciano França (PSDB), Rener Barbosa (PSDB) e Vilmar Era do Gelo (Patriota).

Vereadores com mandatos suspensos

Oito dos 13 vereadores de Maracaju estão com os mandatos suspensos após a deflagração da Operação Dark Money – Fase Mensalinho. Entre eles, está o presidente da Casa, Robert Ziemann (PSDB).

Jornal Midiamax apurou que também estão afastados Hélio Albarello (MDB) – que foi presidente na legislatura passada –; o segundo vice-presidente, Jeferson Lopes (Patriota); o primeiro secretário da Mesa Diretora, Antônio João Marçal de Souza, o Nenê da Vista Alegre (MDB); Ilson Portela, o Catito (PSDB); Laudo Sorrilha (PSDB); Ludimar Portela, o Nego do Povo (MDB); e João Gomes Rocha, o Joãozinho Rocha (MDB).

Procurada na quarta-feira, a assessoria da Câmara informou que não tinha detalhes da ação, já que os policiais civis cumpriam os mandados. O prefeito Marcos Calderan (PSDB) disse não ter conhecimento da operação, já que cumpria agenda em Bonito.

Operação em Maracaju

Na 3ª fase da investigação do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), foi identificado pagamento de propina a vereadores durante os meses de dezembro de 2019 e novembro de 2020. As propinas eram pagas por ordem do então prefeito Maurílio Azambuja (MDB) que, com o aval de outros servidores, tinha como objetivo afrouxar a fiscalização das contas da prefeitura pela Câmara, além de aprovar projetos e leis de seu interesse.

O pagamento de propina tinha como objetivo impedir o funcionamento adequado do Legislativo, já que é de responsabilidade deles a fiscalização. Assim, a 3ª fase foi nomeada como ‘Mensalinho’ em referência ao esquema do mensalão, que era operado em nível federal.

As investigações do Dracco apontaram que 11 dos 13 vereadores que integravam a Câmara no período teriam recebido pagamentos indevidos oriundos dos desvios feitos na Prefeitura.