Uma fronteira, duas eleições: moradores de Ponta Porã e Pedro Juan vão às urnas no domingo
Do lado brasileiro, eleitores escolhem governador e presidente, enquanto no Paraguai a votação é para prefeito
Marcos Morandi –
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No próximo domingo (30), moradores da Ponta Porã e Pedro Juan Caballero, cidades gêmeas separadas apenas por uma linha imaginária, vão às urnas em eleições diferentes. Enquanto do lado brasileiro os eleitores decidem quem será o presidente e também o governador de Mato Grosso do Sul, no Paraguai, os eleitores definem o nome do próximo prefeito.
A ligação entre as duas cidades é tão umbilical que até mesmo os números de eleitores são parecidos. Em Ponta Porã, 62 mil pessoas estão aptas a exercerem direito de voto no segundo turno, conforme dados do Observatório de Dados, plataforma do TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul).
No pleito do próximo domingo (30), os moradores de Ponta Porã voltam às sessões eleitorais para escolher entre Jair Messias Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o comando do país. Eles também irão escolher o governador de Mato Grosso do Sul. A disputa está entre Eduardo Riedel (PSDB) e Capitão Contar (PRTB).
Para quem vive nas duas cidades, o grau de proximidade entre os dois países desperta desejos que esbarram na especificidade das legislações eleitorais vigentes nos dois locais. “Me sinto tão paraguaio que até me dá vontade de ir lá votar para prefeito de Pedro Juan”, revela o professor Ananias Vieira, que mora em Ponta Porã.
Do outro lado da rua
Impactada economicamente pela presença dos vizinhos brasileiros e também pela indústria do turismo, Pedro Juan Caballero, com mais de 65 mil eleitores, também vive um domingo decisivo. Depois da morte do prefeito José Carlos Acevedo, a cidade é administrada interinamente pela presidente licenciada da Junta Municipal (Câmara de Vereadores).
Carolina Yunis de Acevedo é vereadora e exerce o cargo em substituição ao cunhado, uma vez que ela é casada com o ex-governador de Amambay, Ronald Acevedo – irmão do ex-prefeito assassinado por pistoleiros em frente à sede do Executivo Municipal – que também disputa o cargo.
Na lista dos postulantes à vaga de José Carlos Acevedo, além do ex-governador, que concorre pelo Partido Liberal Radical Autêntico, Luis Gabriel Genez, do Partido Pátria Querida, e Júlio Veja, do Partido Colorado, também disputam o cargo de intendente. O vencedor da disputa toma posse na semana seguinte.
“Com certeza também gostaria de poder participar da vida política dos nossos irmãos brasileiros que moram em Ponta Porã, mas infelizmente isso não é possível”, comenta o comerciante Avelino Canhete Galceran, de Pedro Juan Caballero.
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