‘Parte interessada’, diz Camila Jara sobre Nelsinho Trad na defesa do Consórcio Guaicurus

Nelsinho era prefeito na época em que o contrato foi firmado

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nelsinho Vereadora Camila Jara (PT) na sessão inaugural de 2022
Vereadora Camila Jara (PT) na sessão inaugural de 2022. Foto: Henrique Arakaki | Midiamax.

Listado como defesa do Consórcio Guaicurus no julgamento que analisa a legalidade da concessão do transporte público de Campo Grande, o senador Nelsinho Trad (PSD) é tido pela vereadora Camila Jara (PT) como ‘parte interessada’ no processo. Isso porque, para ela, o prefeito à época “tem compromisso em um contrato firmado por 20 anos”.

Sobre o contrato firmado na gestão de Nelsinho, Camila Jara disse que “nem deveria ser feito”. Ao Jornal Midiamax, a vereadora afirmou que “hoje é um contrato defasado que não atende mais os anseios da população”.

A audiência está marcada para terça-feira (28) e ouvirá cinco testemunhas de acusação e quatro de defesa. Entre as testemunhas indicadas pelo Consórcio Guaicurus está Nelsinho, que foi prefeito à época da licitação que deu ao grupo de empresas o direito de faturar até R$ 3,4 bilhões explorando o transporte da cidade durante 20 anos.

Julgamento e Nelsinho na defesa

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Quatro empresas formaram Consórcio Guaicurus, que venceu licitação em outubro de 2012 (Foto: Acervo Assecom, PMCG)

A audiência de instrução e julgamento será presidida pelo juiz Ariovaldo Nantes Corrêa, da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos. O julgamento é o desfecho de um processo de investigação iniciado em 2019 pelo MPMS (Ministério Público Estadual) e que chegou ao Judiciário em setembro de 2020, em forma de ação civil pública.

As testemunhas de acusação indicadas pelo MP são: Daniel Carlos Silveira (superintendente da Controladoria Geral da União em MS), Geraldo Antonio Silva de Oliveira (auditor federal de Finanças e Controle), Henrique Gomes da Silva Rezende (auditor federal de Finanças e Controle), Sasha Reck (advogado que delatou ao MP do Paraná direcionamento de licitação ao Consórcio Guaicurus em Campo Grande) e Marcelo Maran (delator que também prestou informações sobre irregularidades na concessão).

Já as testemunhas indicadas pelo Consórcio e que serão inquiridas pelo juiz são: Marcelo Luiz Bonfim do Amaral (diretor-presidente da Agereg à época da licitação), Bertholdo Figueiró Filho (presidente da comissão de licitação à época), João Rezende Filho (diretor do Consórcio Guaicurus) e, por último, o senador Nelson Trad Filho, prefeito de Campo Grande entre os anos de 2005 e 2012, ou seja, em todo o período em que a licitação de concessão foi elaborada, lançada e vencida pelo Consórcio Guaicurus.

Das quatro testemunhas indicadas pelo grupo de empresas, três já foram intimadas, mas o senador Nelsinho, conforme informou a defesa do Consórcio nesta quinta-feira (23), deverá ser notificado por intimação judicial em razão do mandato de senador.

Nos autos do processo que possui mais de 17,1 mil páginas não consta, até a manhã desta sexta-feira (24), expedição de intimação para o senador.

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