Cerca de 60 pessoas foram à Câmara Municipal de Campo Grande nesta terça-feira (29) para protestar contra o Projeto de Lei 10.687/2022, que cria o programa de ensino de história das mulheres. A matéria causou polêmica e foi retirada da pauta da sessão de hoje.

O público levou cartazes criticando a proposta, que chamam de “doutrinação”, além de críticas aos autores, a vereadora Camila Jara (PT) e o presidente Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB). Os manifestantes não aceitaram conceder entrevista, mas pedem o arquivamento do texto.

André Luís Soares (Rede) chegou a ler o texto para demonstrar que a proposição apenas trataria da igualdade de gênero como conteúdo transversal, dentro das disciplinas existentes, e nada tem a ver com a chamada “ideologia de gênero”.

“É apenas para ensinar que homens e mulheres têm direitos iguais”, ressaltou. Apesar do projeto não ser votado hoje, o público segue acompanhando a sessão.

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Manifestantes levaram cartazes com críticas ao projeto e aos autores. (Foto: Mayara Bueno, Jornal Midiamax)

Projeto causou polêmica antes mesmo de ser votado

O projeto de Camila e Carlão prevê apenas o ensino de histórias de destaque de movimentos que contribuíram para o fortalecimento feminino, bem como igualdade entre homens e mulheres. Mesmo assim, movimentos de direita e políticos criticaram a proposta.

No entanto, “erro de interpretação” fez com que alguns movimentos entendessem que o projeto tinha relação com questão de sexualidade. Até mesmo um protesto estava previsto na Câmara – hoje a medida passaria pela segunda votação.

“Fizeram esse estardalhaço, mas é um projeto que a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] pediu, junto com outros setores, para homenagear as mulheres que lutaram, mostrar que a mulher é igual o homem”, afirmou o presidente da Casa de Leis, Carlão.

De acordo com o presidente, a proposta foi retirada de pauta para elaboração de emenda que o segmento evangélico pediu. O conteúdo ainda não foi detalhado.