Justiça determina suspensão imediata da greve dos professores de Campo Grande
Órgão Especial do TJMS argumentou que mais de 110 mil alunos podem ser prejudicados ‘às vésperas das férias’
Dândara Genelhú –
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A Justiça de Mato Grosso do Sul determinou que a ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública) suspenda a greve dos professores. A decisão foi publicada na tarde desta terça-feira (6) e pede ação imediata dos professores da rede municipal de Campo Grande.
“Não é justo e tampouco crível que, a poucos dias do recesso escolar, os estudantes sejam privados do ensino e tenham que repor aulas futuramente, inclusive às vésperas do ano-novo”, pontua. O desembargador Sérgio Fernandes Martins assina a decisão.
Além disso, o desembargador destacou que a greve causa ‘prejuízo não só aos alunos, mas também aos pais e tutores’. Então, destacou que “110 mil alunos da rede municipal de ensino que serão diretamente prejudicados com a paralisação, sem direito à educação, alimentação e a conclusão do ano letivo”.
Assim, os professores devem suspender a greve, que teve início na última sexta-feira (2). Foi fixada multa de R$ 50 mil caso a decisão seja descumprida, que deverá ser paga pelo sindicato.
Decisão pode ser reanalisada
Por fim, o desembargador ressaltou que “a presente decisão não está, de forma alguma, suprimindo o direito constitucional de greve dos servidores da educação do município de Campo Grande”.
Martins afirmou que a paralisação deve cumprir requisitos mínimos da legislação. Por isso, decidiram pela suspensão do movimento em Campo Grande.
Contudo, informa que a decisão poderá ser reanalisada caso ocorra eventual cumprimento das disposições elencadas na lei. Entre elas, a manutenção de um percentual de professores atuando e a continuidade dos serviços de educação.
Falta de comunicação
Em manifestação na Justiça, a ACP disse que a falta de diálogo com a Prefeitura de Campo Grande ocasionou a paralisação completa das aulas. Os professores alegam não ter resposta do município quando encaminharam ofício para discutir quais serviços não seriam interrompidos.
A manifestação foi protocolada nesta segunda-feira (5). Representando a ACP, o advogado Ronaldo Franco afirmou que a prefeitura sonegou documento em que é sugerida multa diária de R$ 100 mil aos professores.
O sindicato foi intimado a se manifestar em despacho de 1º de dezembro. O desembargador Sérgio Fernandes Martins, do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), quis ouvir os professores antes de decidir sobre a multa.
Então, nesta manifestação, a ACP disse que expediu ofício à prefeitura de Campo Grande. Eles afirmam ter pedido uma reunião com a prefeita Adriane Lopes (Patriota) e o MPE (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) para definir os serviços que não seriam paralisados com a greve.
“A administração municipal, desde o início da paralisação, sequer respondeu o ofício supra”, disseram. Assim, afirmam que “a responsabilidade (até esse momento) da não manutenção de serviço essencial na rede pública municipal de ensino é da administração, por sua desídia”.
Protestos e greve
Professores estão em greve desde a última sexta-feira (2), na tentativa de acordar o pagamento do reajuste de 67% até 2024, previsto pela seguinte forma: 10,06% retroativo a fevereiro, 10,39% em novembro de 2022; 11,67% em maio/2023; 11,67% em outubro/2023; 11,67% em maio/2024; e 11,67% em outubro/2024.
Entretanto, a prefeitura alega insuficiência para cumprir o pagamento, oferecendo 4,78%. A expectativa é que o ato grevista se estenda pelo menos até o dia 9 de dezembro.
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