Nesta quarta-feira (31), a Câmara de Campo Grande realizou uma audiência pública sobre os serviços de saúde bucal da cidade. Assim, foram apontadas dificuldades e discutidas soluções para as principais demandas do município.
O debate foi proposto pelo vereador André Luis (Rede) e convocada pela Mesa Diretora, presidida pelo vereador Carlos Augusto Borges (PSB). Andé disse ter recebido diversas denúncias sobre o atendimento odontológico nas unidades básicas de Campo Grande.
Segundo ele, o papel da Câmara é “entender o que está acontecendo para produzirmos políticas públicas eficientes, em parceria com Executivo, para que possamos suprir a demanda da comunidade”.
A coordenadora da Rede de Atenção Odontológica da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Bruna Peró, disse que Campo Grande é a cidade com maior cobertura populacional dentre as que possuem mais de 900 mil habitantes. Ela lembrou que em 2020 foi preciso suspender alguns serviços.
“Tivemos que agir sem saber o que viria depois disso, foi assustador. Pensávamos em voltar em 15 dias, mas tudo fechou, e isso se estendeu por dois anos. Tivemos a suspensão de 60% dos locais de atendimentos de urgência”, explicou.
No entanto, a coordenadora afirmou que mesmo na pandemia, Campo Grande aumentou a cobertura vacinal. De 37% em 2016, foi para 57% em 2021. ““Hoje, são 34 unidades de atenção primária que ofertam atendimento em horário estendido. Além do horário convencional em todas as 73, 34 tem horário alternativo para que possam atender”, comentou.
Falta de profissionais da saúde bucal
Segundo o presidente do Sindicato dos Odontologistas de Mato Grosso do Sul, David Chadid Warpechowski, o município precisa contratar mais profissionais odontológicos. “Chegamos a ter 340, e agora 280. E alguns por ações judiciais”, lamentou.
Conforme ele, há uma expansão nos serviços e contratações, “mas temos prejuízos em outros setores, como a redução do número de profissionais”. Então, destaca que “há uma falta e isso é importante ser anotado. Temos déficit em setores de atendimento odontológico”.
A Sesau informou que 143 equipes de saúde bucal fazem parte da atenção primária, distribuídas em 62 unidades de saúde da família. Outras 11 unidades básicas tradicionais, outras três policlínicas odontológicas, duas unidades móveis e uma unidade móvel de prevenção.
Já na atenção especializada, Campo Grande tem cinco centros de especialidades odontológicas e um laboratório de prótese dentária. Na urgência e emergência, seis unidades de pronto atendimento e quatro centros regionais de saúde.