Após 40 anos, André Puccinelli sofre nova derrota na carreira política em MS

Ex-governador começou carreira perdendo eleição para prefeito no interior

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André Puccinelli
André Puccinelli votou pela manhã em Campo Grande. (Foto: Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

O ex-governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (MDB), sofreu neste domingo (2) a segunda derrota da carreira política. Ele terminou a corrida pelo Governo do Estado em terceiro lugar, ficando fora do segundo turno.

Com 99,97% das urnas apuradas até as 21h, ele obteve 247 mil votos, ante 361,9 mil de Eduardo Riedel (PSDB). O tucano disputa a segunda rodada contra a surpresa do pleito, Capitão Contar (PRTB), que obteve 384,2 mil votos.

Não é a primeira derrota de Puccinelli, já que ele ingressou na política perdendo a eleição para prefeito de Fátima do Sul em 1982. Naquele pleito, disputando como Andrea Puccinelli, ele foi derrotado por Hermindo de David (PDS).

André Puccinelli teve sucessão de vitórias, até em primeiro turno

Após a derrota, o ex-governador foi nomeado secretário de Estado de Saúde em 1983 na gestão de Wilson Barbosa Martins. Ele permaneceu um ano no cargo.

Na eleição seguinte, em 1986, o ex-governador acumulou vitórias nas urnas. Naquele ano, se elegeu deputado estadual. Em 1990, foi eleito deputado federal, sendo reeleito dois anos depois.

Em 1996, foi eleito prefeito de Campo Grande em uma histórica disputa contra seu principal adversário, Zeca do PT. Puccinelli superou o também ex-governador por apenas 411 votos.

Quatro anos depois, o emedebista se reelegeu prefeito em primeiro turno, com 68,13% dos votos. A partir deste ponto, ele passou a conquistar vitórias mais expressivas.

Quando disputou o Governo do Estado pela primeira vez, em 2006, foi eleito também em primeiro turno, com 61,34%. Em 2010, conquistou o segundo mandato com 56%.

Derrota de aliado e prisão

Ao sair da prefeitura da Capital, Puccinelli fez seu sucessor. Nelsinho Trad foi eleito prefeito em 2004, vencendo novamente em 2008. A eleição seguinte, 2012, marca uma série de reveses para o emedebista.

Edson Giroto perdeu para Alcides Bernal (PP). Cinco anos mais tarde, a Operação Lama Asfáltica, da PF (Polícia Federal), levou Puccinelli para a prisão pela primeira vez, em novembro de 2017.

Ele conseguiu habeas corpus, mas voltou a ser preso pela PF em julho de 2018, quando se preparava para ser novamente candidato ao Governo do Estado. O STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou a soltura do ex-governador em dezembro daquele ano.

Em 2021, Puccinelli conseguiu reverter a situação na Justiça, com o TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) anulando atos do juízo federal de primeira instância e reiniciando os processos da Lama Asfáltica. 

A reabilitação política deu força para concorrer novamente à Governadoria, em 2022. Porém, as urnas levaram Contar e Riedel para o segundo turno.

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