Os senadores de Mato Grosso do Sul, Soraya Thronicke (PSL) e (PSD) divergem na opinião sobre  a abertura de inquérito do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) por ameaças às eleições de 2022.

Nelsinho afirmou que a abertura de inquérito apenas reforça o estado democrático de direito e as instituições, cada uma cumprindo com seu papel. Já Soraya considera um exagero, pois o presidente apenas questionou o voto por biometria.

Ao Jornal Midiamax, Nelsinho analisou que todas as vezes, no curto período de tempo que está em Brasília como senador, observa a politização de determinados temas. “Isso não tem prosperado em resultado positivo para sociedade”.

Segundo Trad, a questão do voto impresso deveria ser encaminhada como foi com a evolução do voto através da biometria. “Ou seja, todo vez que o Brasil fez o processo mais complexo, como a implantação do voto pela biometria, seria resolvida facilmente se fosse encaminhada da forma correta. O Brasil precisa de união para vencer o inimigo oculto que é a Covid-19”, defendeu.

Já na opinião de Soraya, ela acredita que há um exagero. “Se não pudermos nem sequer questionar, parece que realmente existe um problema envolvendo tudo isso”.

Para ela, Bolsonaro questiona o que muitos brasileiros também questionam. “Acredito que a preocupação com a segurança e transparência do processo eleitoral seja válida. Na verdade, esse tema sobre o quanto nosso sistema eleitoral é seguro já foi evocado em outros momentos, mas talvez não tenha ganhado tanta notoriedade e apoio”.

A senadora diz ainda não ver problema em questionar, pois é assim que podemos debater, buscar soluções e evoluir em qualquer questão. “O presidente Bolsonaro tem contestado desde a última eleição, mas agora estão encarando como ameaça à democracia. De qualquer forma, o debate é válido, é uma demanda de boa parte da população brasileira, e que precisa sim ser levada à sério para ser tratada no Parlamento”.

Entenda

O TSE aprovou na noite de segunda-feira (2), por unanimidade, duas medidas contra Bolsonaro. Os ministros decidiram abrir um inquérito administrativo e, ainda, pedir a inclusão do presidente no chamado “inquérito das fake news” que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

O inquérito administrativo, proposto pela Corregedoria-Geral da Justiça Eleitoral, vai apurar se ao promover uma série de ataques sem provas contra a Justiça Eleitoral e o sistema eletrônicos de votações, o presidente praticou “abuso do poder econômico e político, uso indevido dos meios de comunicação, corrupção, fraude, condutas vedadas a agentes públicos e propaganda extemporânea”. O inquérito eleitoral, segundo técnicos do TSE, pode acarretar em impugnação de registro da candidatura de Bolsonaro ou inelegibilidade do presidente.

A apuração foi aprovada à unanimidade pelos ministros da Corte. Na última quinta-feira (29), o presidente usou uma transmissão pelas redes sociais para lançar uma série de vídeos antigos e informações falsas contra as urnas eletrônicas para alegar que o sistema é fraudulento. Na live, o presidente admitiu não ter provas das fraudes, mas, por mais de duas horas, apelou para informações falsas e descontextualizadas contra a Justiça Eleitoral.

As medidas foram aprovadas pelo TSE na sessão que marcou a abertura dos trabalhos no segundo semestre. O presidente da Corte Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso, fez duro discurso contra as ameaças à democracia.

O TSE também aprovou o envio de notícia-crime ao STF para que Jair Bolsonaro seja incluído como investigado no inquérito das fake news. A investigação, que tramita aos cuidados do ministro Alexandre de Moraes, já relaciona uma rede de aliados do presidente em ações para desacreditar adversários e instituições