Projetos das polícias Civil, Militar e do devem ser reapresentados na (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) na próxima semana, de acordo com a secretária da SAD-MS (Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização), Ana Carolina Nardes.

No início da noite da última segunda-feira (22), o governo estadual pediu pela retirada dos três projetos sobre a reorganização das carreiras das polícias Civil e Militar e do Corpo de Bombeiros. 

Ana Carolina afirmou ao Jornal Midiamax que o governo vai conversar novamente com as categorias. “Depois de um longo período de conversas, vamos conversar novamente, pois foram levantadas algumas insatisfações, colocações a algumas alterações bem pontuais, então, estamos avaliando”.

Questionada se o governo vai atender ao pedido das categorias, a titular da SAD-MS disse que deve adequar os projetos. “Vamos adequar da Polícia Civil, Militar e Corpo de Bombeiros e retornar. Estamos conversando ainda com as categorias”.

Ainda segundo a secretária, os projetos precisam ser reapresentados ainda este ano. “Isso para que consigamos colocar na folha de janeiro. A minha ideia é reapresentar até semana que vem. Ainda precisa marcar agenda, conversar com os deputados para que a gente consiga avançar”, disse.

Reestruturação da proposta

Diretores regionais da ACS (Associação e Centro Social de Policiais Militares e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul) apontaram divergências no projeto de reestruturação de carreira, apresentado pelo Governo do Estado. Em carta, se posicionam contrários ao presidente da ACS, cabo Mário Couto. Situação semelhante também envolve policiais civis, que não concordam com o posicionamento do sindicato que os representa.

Conforme os diretores, a carta demonstra “total insatisfação” dos sócios da ACS sobre a reestruturação da PM e BM. No documento, são apontadas seis divergências no projeto protocolado na Alems, com autoria do Poder Executivo.

São elas: “aumento de interstício, a revogação das gratificações de funções, permanecendo somente de cmt de equipe e reduzida a 5%, a inacreditável diminuição de níveis e a volta do concurso para cabo e sargento”. Os diretores destacam ainda que, além das gratificações de funções mantidas, os oficiais receberam ‘algumas inclusões'.

Na carta, os diretores indagam a mesma questão apontada por soldados da PMMS: concurso para os praças. Isso é, o projeto prevê que os praças de MS deverão passar por avaliação para serem promovidos a cabo. “Qual o motivo de quererem concurso somente na carreira dos praças?”

Confira um resumo das propostas apresentadas para as categorias:

Polícia Civil

  • Projeto de lei complementar melhora o sistema remuneratório das carreiras que integram a Polícia Civil, promovendo destravamento e melhor evolução das movimentações por meio de promoções e progressões funcionais.
  • Cria uma quarta classe para a carreira de Delegado de Polícia Civil, cujo cargo passará a se desdobrar em cinco classes: Especial, Primeira Classe, Segunda Classe, Terceira Classe e Quarta Classe.
  • As carreiras de Agente de Polícia Judiciária, Perito Oficial Forense, Perito Papiloscopista e Agente de Polícia Científica da Polícia Civil passam a se desdobrar em sete referências para fins de promoção funcional, além das quatro classes atualmente previstas.
  • Cria um sétimo nível de progressão funcional para todas as carreiras da Polícia Civil, viabilizando incremento remuneratório ao longo da vida funcional, possibilitando a valorização dos servidores.

PM e BM

  • Projeto de lei complementar reduz a alíquota previdenciária de militares da reserva que retornam ao serviço ativo.
  • O ingresso nas corporações militares passa a ser com graduação de nível superior completo.
  • Ingresso no Curso de Formação de Cabos será por seleção interna pelos critérios de mérito intelectual (50%) e antiguidade (50%).
  • Altera o interstício mínimo para 8 anos de efetivo serviço na graduação de Soldado (antiguidade); e 3 anos de efetivo serviço na graduação de Cabo (mérito intelectual);
  • Determinação do afastamento de suas funções do militar após 90 dias do requerimento de transferência para a reserva remunerada.
  • Ingresso no Curso de Formação de Sargentos será por seleção interna pelos critérios de mérito intelectual (50%) e antiguidade (50%).
  • Passa a pagar função de 20% para Subcomandante-Geral (que antes não recebia) e eleva de 20% para 25% a de Comandante-Geral.
  • O recebimento de indenização fica condicionado ao efetivo exercício da função.
  • Redefinição dos subsídios em quatro referências, ao invés de sete níveis, considerando a experiência acumulada na carreira militar.
  • Prevê regra de transição para promoção dos praças que ingressam com nível médio, em virtude da mudança do requisito de escolaridade mínima para ensino superior, dando tempo para fazerem curso de ensino superior.

Uneis

  • Projeto de lei altera a carreira Gestão de Medidas Socioeducativas, aumenta a retribuição pelo exercício de função de confiança privativa da carreira de Inspetor de Plantão, que passará de 15% para 25%, calculada sobre o subsídio da Classe A, Nível I, do cargo de analista de Medidas Socioeducativas.
  • Adequação das atribuições do cargo, fortalecendo a participação do Agente de Atividades Socioeducativas em atividades educacionais com base nas diretrizes do Sinase (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo).
  • Reajusta as tabelas de subsídios, corrigindo distorções na remuneração dos cargos de Analista de Medidas Socioeducativas e do cargo de Agente de Medidas Socioeducativas, visando corrigir distorções, com adequação da remuneração ao nível de escolaridade dos respectivos cargos.
  • Cria quatro funções de confiança privativas de carreira denominada Inspetor de Trabalho de Unidade.
  • A proposta também traz reajustes nas tabelas de subsídios com incidência da revisão geral e de reajuste setorial para correção de distorções remuneratórias aos titulares dos cargos de Analista de Medidas Socioeducativas e Agente de Segurança Socioeducativa.

Segurança Patrimonial

  • Renomeia a carreira que passa a se chamar Segurança Patrimonial e Apoio Operacional.
  • Transforma o sistema remuneratório em subsídio.
  • Prevê promoção por antiguidade e merecimento, progressão e elevação de categoria por nível de escolaridade.
  • Amplia as atribuições do Grupo Ocupacional.
  • Extingue a 3ª categoria do cargo de Agente de Segurança Patrimonial e Apoio Operacional, concedendo prazo de três anos para que o servidor comprove os critérios e mudança para a 2ª categoria.
  • Amplia o número de na 2ª categoria, proporcionalmente a vacâncias na 3ª categoria.