O PSOL discute internamente a possibilidade de não lançar candidato próprio para disputar a presidência da República em 2022, para apoiar o Luiz Inácio da Silva. 

Lula teve seus direitos políticos e elegibilidade restabelecidos após o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), anular as condenações do petista na Lava Jato, na última semana.

Candidato do PSOL à presidência em 2018 e à prefeitura de São Paulo no ano passado, estava no palco em que Lula fez seu primeiro pronunciamento após a decisão de Fachin, na última quarta-feira (10)

Segundo o Estadão, o apoio ao petista ainda sofre resistências, especialmente dos líderes da legenda que foram expulsos do PT, mas o debate ganha volume nas instâncias internas. O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, é cauteloso ao tratar do tema.

Ao Estadão, Medeiros afirmou que a presença do Lula no debate público reforça a luta da oposição contra o Bolsonaro. “Mas defendemos que essa discussão (sobre definição de candidaturas) seja travada no momento certo. Queremos criar um espaço formal para discutir a unidade com os partidos”, disse.

Em caráter reservado, porém, lideranças do PSOL admitem que o partido nunca esteve tão perto de apoiar um nome do PT numa disputa presidencial – caso Lula concorra mesmo –, apesar da resistência da ala mais “radical” da sigla.

Desde de sua fundação, o PSOL lançou quatro candidatos à Presidência da República: Heloisa Helena em 2006, Plínio de Arruda Sampaio em 2010, Luciana Genro em 2014 e Guilherme Boulos em 2018, que teve o pior desempenho, com pouco mais de 600 mil votos.