Pular para o conteúdo
Política

Político que desistiu de ser padre para ser secretário é condenado por improbidade em MS

Ele e o prefeito terão que devolver R$ 700 mil aos cofres públicos
Arquivo -
Decisão para manter a anulação foi unânime
Decisão para manter a anulação foi unânime

Padre de um município do interior de Mato Grosso do Sul foi condenado por administrativa, juntamente com o ex-prefeito, por enriquecer ilicitamente após ganhar cargo como secretário de Administração. As informações são de que ele desviava dinheiro da prefeitura e transferia diretamente para sua conta particular. Ao todo, os réus terão que devolver R$ 700 mil aos cofres públicos.

Conforme ação movida pelo (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul), o padre assumiu o cargo de secretário entre os anos de 2009 e 2014. Até então, tinha bens declarados na faixa de R$ 18,9 mil, mas à medida que o tempo passava, aproveitando-se das vantagens que tinha em razão da nova função, passou a enriquecer.  

Os desvios levaram a um crescimento substancial dos bens, resultando na compra de dois imóveis, um caminhão de R$ 60 mil e mais três motos. Ele foi alvo de investigação da (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado), da Polícia Civil, e o trabalho realizado pela perícia do laboratório de lavagem de dinheiro constatou as fraudes.

O relatório foi de que os bens levantados pelo padre não condiziam com a realidade de seu salário como secretário. Além disso, a polícia descobriu que os pais dele eram pessoas simples, aposentados que complementavam a renda vendendo pão caseiro em outra cidade do interior e não tinha como ajudá-lo a enriquecer. Não foram divulgados detalhes de como ele agia, mas foi comprovado que desviava dinheiro da prefeitura para conta particular.

Já o prefeito da época, por sua vez, foi responsabilizado porque tinha conhecimento dos atos do secretário que nomeou e, mesmo assim, apesar das transações vultosas e o claro desvio de verba, fez vista grossa. Ele só exonerou o servidor em fevereiro de 2014, após intervenção policial que expôs as ilegalidades.

Neste contexto, ambos se tornarem réus por improbidade e, em 2020, acabaram condenados. A sentença do juízo de primeiro grau consistiu na responsabilidade solidária de devolução de R$ 700 mil aos cofres públicos. Ou seja, ambos terão que dividir o valor e pagá-lo de forma corrigida. Também tiveram os direitos políticos cassados por cinco anos e terão que pagar as custas processuais.

Recurso

O padre recorreu da sentença e no próximo dia 25 de novembro terá o pedido julgado pela 1ª Câmara Cível do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). Em síntese, alega que as transferências recebidas em sua conta eram do salário de secretário, bem como de viagens, diárias e créditos de empréstimos. Disse ainda que lucrou também com serviços prestados com seu caminhão. 

Ele assegura que, conforme depoimentos, não tinha qualquer acesso às finanças da prefeitura, impossibilitando o acolhimento da tese de desvio do dinheiro. Alegou ainda que o relatório do Laboratório de Criminologia se limita a apontar as movimentações financeiras como atípicas, sem, contudo, buscar a origem de referidas transferências bancárias ou considerar nos cálculos o montante percebido pelo recorrente através da municipalidade a título de proventos.

Além desta, o padre também tem condenações por peculato, lavagem de dinheiro e fraude em licitação. 

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Esfaqueado que ficou gravemente ferido em Dourados é integrante do PCC, diz polícia

Tataravô dos dinossauros? Um dos mais antigos répteis gigantes do Brasil é achado

Marquinhos espera que seleção se adapte rapidamente a Ancelotti

Caminhão com 20 mil pacotes de cigarros contrabandeados é apreendido na MS-299

Notícias mais lidas agora

Relatório pago pelo Consórcio Guaicurus esconde ônibus velhos e ‘fecha olhos’ para lucro milionário

MPMS reprova 100% dos candidatos de concurso para promotor e concorrentes suspeitam de arrecadação

ambulâncias

Após denúncia, MPF quer informações sobre ambulâncias paradas em Campo Grande

Saída de MC Poze do Rodo do presídio é marcada por tumulto

Últimas Notícias

Cotidiano

Reincidente, dono de bar é condenado a pagar R$ 50 mil por poluição sonora

Condenação é devido a uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público

Brasil

Resultado da primeira etapa do Revalida 2025 é publicado

Em maio, o Inep publicou o edital da segunda etapa da primeira edição de 2025 do Revalida

Polícia

Motorista bêbado bate em carros estacionados e deixa um ferido

O motorista transitava em alta velocidade quando aconteceu o aacidente

Esportes

SP Open confirma presença de Bia Haddad, Luisa Stefani e Laura Pigossi

A venda de ingressos começa este mês, sendo que a entrada será gratuita para as partidas do qualifying