Nas feiras de Campo Grande, eleição já começou: Bolsonaro e Lula disputam até na toalha de rosto

Eleitores param para xingar os dois candidatos, mas adivinha quem vende mais?

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Lula (à esq.) e Bolsonaro (à dir.) dividem espaço na banca de Issao em Campo Grande
Lula (à esq.) e Bolsonaro (à dir.) dividem espaço na banca de Issao em Campo Grande

A rivalidade entre Lula e Bolsonaro que deve acontecer nas urnas eletrônicas em 2022 já tomou conta das redes sociais há muito tempo. Mas na barraca do Jorge Issao, que está nas feiras de Campo Grande há mais de 40 anos, o palco virtual vira briga na vida real. Tudo o que a gente costuma ler na internet sobre a polarização, Issao ouve quando estende seu item mais polêmico de venda: as toalhas de rosto com a foto dos presidenciáveis. 

Na manhã desta sexta-feira (27), não foi difícil ouvir os xingamentos de quem passava pela barraca instalada no bairro Santa Carmélia, como se uma briga generalizada acontecesse no local. No entanto, só ao se aproximar é possível ver que os políticos são o verdadeiro motivo da gritaria. “Não acompanho muito política, mas trago para vender. Acho que Bolsonaro agora está meio mal”, confessa, em tom mais baixo, o vendedor. 

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Jorge Issao, que trabalha nas feiras de Campo Grande há mais de 40 anos (Éser Cáceres/Midiamax) 

“Clientes param, olham. Uns xingam por causa do Lula, outros por causa do Bolsonaro, mas tem quem compre. Isso é igual político. Sempre tem quem compra, né”, analisa Issao, que descobriu na rivalidade um meio de chamar a atenção para a sua barraca. E confessa: os dois vendem bem. 

Já teve até cliente que pediu para que ele guardasse as toalhas de um dos candidatos, que o vendedor prefere não revelar qual é, para evitar mais discussões. 

Eleições 2022

Falta pouco mais de um ano para as eleições e os partidos já se preparam para o pleito para concorrer aos cargos que estarão em disputa — deputado estadual, deputado distrital, deputado federal, senador, governador e presidente da República.  

As convenções para escolha de candidatos e formação de coligações começam daqui a um ano. Até 10 dias após o prazo final para a realização das convenções, os partidos políticos e as coligações devem apresentar o requerimento de registro de candidatos. Os candidatos à Presidência da República bem como os respectivos vices devem solicitar o registro ao TSE. Já o registro de candidatos a governador e vice-governador, senador e suplente, deputado federal e deputado estadual ou distrital deve ser feito nos Tribunais Regionais Eleitorais em cada estado.

Qualquer cidadão pode concorrer a um cargo público eletivo, respeitadas as previsões constitucionais. Para tanto, precisa cumprir as condições de elegibilidade: nacionalidade brasileira, pleno exercício dos direitos políticos, alistamento e domicílio eleitoral na respectiva circunscrição há pelo menos seis meses antes do pleito, ter filiação partidária por igual período de tempo — candidaturas avulsas são expressamente vedadas — e a idade mínima de 35 anos para presidente e vice-presidente da República e senador; de 30 anos para governador e vice-governador de Estado e do Distrito Federal, e de 21 anos para deputado federal, deputado estadual ou distrital.

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