Organizações sociais como CUT (Central Única dos Trabalhadores), MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e UNE (União Nacional dos Estudantes) estão presentes. Partidos como PT e PCO também são representados em bandeiras.

Os manifestantes empunham faixas e cartazes em levante contra omissões e práticas do governo de Jair Bolsonaro, com frases como “A Ciência vence o mito” e “Fora genocida”. A maioria usa máscaras de proteção contra a covid-19.

O saiu em passeata da Praça do Rádio e percorre o quadrilátero entre Avenida Afonso Pena, Rua 14 de Julho e Rua Barão do Rio Branco, até retornar à praça. Pelo menos duas quadras foram ocupadas com manifestantes, puxados por um trio elétrico.

Há registros de princípio de confusão. Um motorista chegou a reclamar por supostamente ter o carro adesivado sem seu consentimento. Veja o vídeo:

Indígenas, sindicalistas e independentes pedem ‘Fora Bolsonaro’

Otoniel Terena, de 39 anos, liderança indígena, se deslocou aproximadamente 100 quilômetros com um grupo da Aldeia Córrego do Meio, de Sidrolândia, para participar da manifestação.

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Vereadora Camila Jara marca presença no ato – Henrique Arakaki/Midiamax
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Otoniel Terena, liderança indígena de Sidrolândia – Henrique Arakaki/Midiamax
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Casal Everton e Ester participam da manifestação – Henrique Arakaki/Midiamax

“Tem um movimento desfavorável à questão indígena. O PL [Projeto de Lei] 490 é um retrocesso, vai prejudicar o direito à terra, que é constitucional. Nós vivemos de luta e esse governo é só retrocesso”, disse ele.

O PL 490, em trâmite na Câmara dos Deputados, prevê que só poderão ser demarcadas terras indígenas que estavam ocupadas pelos povos nativos quando da promulgação da Constituição de 1988. A tese ignora expulsões, por exemplo.

O presidente do Sindjor-MS (Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso do Sul) Walter Gonçalves Filho também marca presença na concentração. Segundo ele, “é função social do jornalista estar aqui hoje, pois esse governo ataca o jornalista”. “Sem imprensa livre não há democracia”, disparou o sindicalista.

A vereadora Camila Jara (PT) pediu “mais direito e investimento” para “conseguir continuar com nossos projetos a nível municipal”. De acordo com a parlamentar, os recursos para construção de moradias populares hoje estão escassos.

“Só vamos conseguir atender o bairro que pede uma reforma ou mães que precisam de creche com investimento do governo federal em pessoas. Sem isso, não avançamos no desenvolvimento econômico”, completou. Camila também ressaltou que o ato pró- é movido pela “responsabilidade com a vida e luta pela vacina”.

Juntos há 39 anos, o casal Ester Ratier, 55, e Everton José, 58, têm longa história de participação em movimentos sociais. Eles contam que estiveram nas “Diretas Já”, que pedia eleições para presidente na reta final da no Brasil.

“Hoje estou reivindicando a pauta da educação. Diminuíram todas as verbas da educação e pesquisa. É uma questão de cidadania. Espero que ele [Jair Bolsonaro] não esteja no próximo pleito”, disse Ester.

“Como posso aceitar um governo que destrói a educação, a rede de proteção social e a esperança do brasileiro? Que destrói o SUS e a capacidade de produção do País?”, questionou Everton José.

A Polícia Militar acompanha o ato pelas ruas do Centro da cidade.

Ato nacional tenta pressionar Câmara a instaurar processo de impeachment

O ato de hoje foi adiantado após as denúncias apuradas na CPI da Pandemia no Senado, como de pressões “atípicas” para liberação da compra de vacinas Covaxin. Há a suspeita de prevaricação do presidente, que teria sido avisado sobre supostas irregularidades e não pediu investigações.

Estão previstas passeatas nacionais neste sábado (3) a fim de pressionar o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP-AL) a aceitar pedido de impeachment de Bolsonaro.

Adesivo liga presidente Jair Bolsonaro às mais de 500 mil mortes pela covid-19 no Brasil – Henrique Arakaki/Midiamax