(MDB-MS) anunciou há pouco, em coletiva transmitida pelas redes sociais, que agora é candidata independente à presidência do Senado. A sul-mato-grossense perdeu o apoio do próprio partido, que decidiu se aliar ao adversário, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

Segundo noticiado por parte da imprensa nacional, o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), admitiu que não há unidade na bancada do partido em torno do nome de Simone. A legenda tem 15 parlamentares, maior representação na Casa.

Além disso, articuladores da campanha de Pacheco – o atual presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), é o principal deles – ofereceram ao MDB a primeira vice-presidência, em troca de apoio ao democrata. O partido ainda manteria a segunda secretaria, atualmente ocupada pelo líder do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) no Congresso, Eduardo Gomes (TO).

“Passo a ser candidata independente. Gostaria de agradecer o líder da minha bancada, senador Eduardo Braga, que esteve comigo até o último minuto tentando construir minha candidatura dentro do partido e já declarou seu voto a mim”, declarou, em entrevista coletiva, na tarde de hoje (28).

“Há dois anos, abri mão da minha candidatura por um projeto que visava a independência. Hoje, a independência do Senado Federal está comprometida, porque temos um candidato do governo federal. Nos momentos mais difíceis do Brasil, o Senado achou saída para a crise. Não é possível dar uma saída aos problemas se não tivermos a absoluta independência”, continuou Simone, em referência ao apoio de Bolsonaro a Rodrigo Pacheco.

A emedebista defendeu a volta do auxílio emergencial e das reformas, principalmente a tributária, “que garanta justiça social, onde quem ganha menos, tenha que pagar proporcionalmente menos”. Ela ainda reforçou o fato de ser a primeira mulher candidata ao cargo e prestou homenagem às médicas e enfermeiras no enfrentamento à pandemia de covid-19.

“Não me considero candidata avulsa. Represento um grupo de senadores que contam comigo, e o compromisso desse grupo é com a independência do Senado. Nossa campanha começa agora novamente”, afirmou. Veja a entrevista completa:

Sul-mato-grossense mira apoio de dissidentes e independentes

Após pouco mais de duas semanas de campanha, Simone conseguiu os apoios integrais de Cidadania e PSB. O anunciou adesão, mas liberou dissidentes. No PSDB, a sul-mato-grossense tem três dos sete votos.

Se por um lado Simone Tebet perde força dentro do MDB, por outro ela pode ganhar o reforço da ala mais independente do Senado. Ainda existe a possibilidade de Major Olimpio (PSL) recuar de sua candidatura.

Já Rodrigo Pacheco articulou os apoios formais de DEM, PDT, PL, Pros, PT, PP, PSD, PSC e Republicanos. Agora, também do MDB. Bolsonaro endossa seu nome.

A eleição para a presidência do Senado será no dia 1º de fevereiro, em sessão presencial. A votação é secreta.

Há dois anos, Simone Tebet tentou disputar presidência

Em 2019, Simone Tebet enfrentou situação parecida em disputa interna para ser candidata à presidência do Senado. Na época, recuou perante o grupo liderado por Renan Calheiros (MDB-AL), que saiu candidato e acabou derrotado por Davi Alcolumbre. A sul-mato-grossense apoiou o segundo.

Agora candidata, Simone sonha em ser a primeira mulher presidente do Senado e, consequentemente, do . Seu pai, Ramez Tebet, ocupou o cargo entre 2001 e 2003. Ele morreu em 2006.