Em Campo Grande, pessoas de diversos movimentos se reúnem na manhã deste sábado (29) no viaduto da (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), para reivindicar a disponibilização da vacina contra o coronavírus para toda a população e o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). 

“Ele sabotou a compra das vacinas e o auxílio emergencial. Além disso ele deveria ser o responsável por unir os estados e municípios mas não fez isso”, opinou o advogado Guilherme Coppi, de 37 anos, pedindo pela destituição de Bolsonaro do cargo presidencial. 

Segundo ele, as primeiras recusas das vacinas pelo presidente tiveram impacto direto em sua vida. “Meus pais têm 64 e 65 anos. Demorou muito para vacinarem e, quando tomaram, atrasaram a segunda dose em 60 dias e a gente sabe que assim reduz a eficácia”, contou Coppi, que também visa a imunização e protesta contra a falta de verba dos hospitais. 

Servidor da área da saúde e sindicalista, João Nascimento, de 57 anos, se juntou à manifestação pela “falta de conjuntura do governo” diante da compra de vacina e do auxílio emergencial, reduzido em 2021. 

Participantes se organizaram em filas com distanciamento social (Foto: Dândara Genelhú/ Jornal Midiamax)

 

“Queremos vacinas para todos, estamos chegando na terceira onda da pandemia e precisamos parar o coronavirus”, falou ele, que acredita que a lentidão da imunização se deve ao negacionismo do presidente. 

No local, até às 9h, se concentravam pelo menos 200 pessoas, que erguiam faixas e bandeiras. Todos usavam máscaras e ainda receberam outro equipamento de proteção da organização, para reforçar a proteção.

Os manifestante se organizaram em filas com distanciamento de dois metros para ato em volta do pontilhão e, depois, retornaram para a frente da UFMS gritando palavras de ordem como: “Fora Bolsonaro” e “Vacina para todos”.

Um trio elétrico os acompanhava e não houve policiamento e nem organização do trânsito por parte de policiais. Porém, o fluxo não foi prejudicado pela passeata.

O evento no Estado, nomidado de ‘Frente Fora Bolsonaro MS', tem parceria com a CUT (Central Única dos Trabalhadores), MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), DCEs (Diretório Central dos Estudantes) e sindicatos.

Manifestantes pedem a saída de Bolsonaro do poder. (Foto: Dândara Genelhú/ Jornal Midiamax)

 

Segundo o organizador, André Large, de 48 anos, o movimento está acontecendo em Campo Grande e outras 200 cidades do Brasil, além de Europa e Estados Unidos. 

“Foram negadas as 270 milhões de doses de vários fabricantes. A prova disso esta na CPI. Há estudos que mostram que pelo menos 80 mil vidas poderaim ser poupadas se tivessem sido compradas na época”, disse Large, que lembrou do amigo, o deputado estadual Cabo Almi, que morreu nesta semana em consequência da covid-19.

“Perdi amigos muitos queridos, até mesmo o Cabo Almi [deputado estadual, que faleceu em 24 de maio, aos 58 anos]. Era para ele estar aqui com a gente. Era para ele ter sido vacinado e estar conosco”, lamentou o organizador. 

O movimento acredita no fechamento total, o chamado lockdown, em MS, e, principalmente, nos municípios com a bandeira vermelha para a covid-19. Sobre as manifestações contrárias a medida mais extrema, André foi enfático: “Mais dramático que o comércio, são as pessoas físicas que precisam de oxigênio”. 

A expectativa do evento é que cerca de mil pessoas passem pelo protesto. “Mesmo vacinado, tenho receio. Com o agravamento da pandemia muitos estão receosos. Entendo os que estão assim, posso estar assintomático ou o outro também pode estar assintomático”, contou André.