Os pedidos de impeachment contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), precisam ser analisados, na avaliação de parte da bancada federal de Mato Grosso do Sul. Mas os deputados comentam que, apesar disso, há ‘aspecto político’ que inviabiliza o trâmite por parte do presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (PP-AL).
“Ele chegou à presidência da Câmara com o apoio do Bolsonaro, entregando o governo para os deputados do centrão. Agora, ele [Lira] vai ter que defender esse governo até o final, porque ele está usufruindo isso, pois o presidente está cumprindo com os deputados do centrão. Você vê o toma lá da cá que está ocorrendo, coisa que nunca vi nos quatro mandatos que tenho, é uma coisa vergonhosa, é muito triste para o País isso”, afirma Dagoberto Nogueira (PDT).
Para o parlamentar, o presidente da Câmara dos Deputados não vai apreciar os pedidos contra Bolsonaro. “Apesar de que eu não sou a favor do impeachment. Eu acho que temos que respeitar o processo democrático, o povo errou na hora de votar, eu alertei que ele era incapaz, que era uma pessoa despreparada, que jamais poderia ter sido eleita presidente do Brasil, mas o povo quis”.
Fábio Trad (PSD) acredita que Arthur Lira erra ao não avaliar os pedidos. “Se ele discorda, deve negar. Caso contrário, deve admitir. Não pode é deixar sem resposta. Sabemos que existe um cálculo político nestas decisões, porém o aspecto político não pode ser tão largo que implique em complacência com flagrantes ilegalidades”.
O parlamentar continua afirmando que, se a questão política prevalece, ‘qualquer presidente com razoável popularidade se sentirá a vontade para praticar crimes de responsabilidade impunemente’. Arthur Lira falou, segundo notícias nos sites nacionais, que só se faz impeachment com materialidade, não como ação política.
A reportagem entrou em contato com todos os deputados federais de MS e aguarda retorno.