Integrantes da bancada de Mato Grosso do Sul em (DF) criticaram o orçamento federal para 2021, aprovado na semana passada. A maior destinação de recursos ao Ministério da Defesa (R$ 8,3 bilhões), quatro vezes maior que o reservado à Saúde (R$ 2 bilhões), foi um ponto comum de reprovação.

“Quando vemos pessoas morrendo, não por conta da pandemia, mas pela falta de leitos na UTI para tratar ou porque estando na UTI, mas não têm sedativos para intubar, e, no mesmo dia, o orçamento sendo votado garantido quatro vezes mais recursos para o Ministério da Defesa comprar caças e navios no lugar de dinheiro para salvar vidas e melhorar o sistema de saúde só cabe uma pergunta: o que está por trás disso?”, questionou a senadora Simone Tebet (MDB-MS).

“Os militares ficam com R$ 8 bilhões, enquanto o SUS, em plena pandemia, fica com R$ 2 bilhões, é muito contrassenso. Vamos continuar vendo militares comer filé mignon e o povo morrendo de covid e de fome”, criticou o deputado Dagoberto Nogueira (PDT-MS).

Na última quinta-feira (25), quando o orçamento federal para 2021 foi aprovado no Congresso, o relator do projeto da LOA (Lei Orçamentária Anual), senador Marcio Bittar (MDB-AC), disse que as propostas nunca conseguem agradar a todos. Segundo ele, a redação final do orçamento foi aquilo “que foi possível no consenso”. O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) apresentou o projeto em agosto do ano passado.

Orçamento ainda prevê reajuste salarial para militares

Outro da bancada de Mato Grosso do Sul que relacionou os gastos em Defesa estimados no orçamento com o investimento no enfrentamento à pandemia de foi o Fábio Trad (PSD-MS).

“Não creio que investindo mais nas Forças Armadas o país vencerá a pandemia. As Forças Armadas são muito importantes para o país, porém o momento exige foco prioritário no combate à pandemia. Por isso, o governo e a comissão do orçamento erraram na eleição de prioridades, justificando, portanto, o meu voto não ao orçamento”, afirmou.

Além dos R$ 8,3 bilhões para o Ministério da Defesa, o orçamento aprovado prevê R$ 7,1 bilhões destinados a custear o de militares. A categoria é a única contemplada no texto, uma vez que o restante do funcionalismo público teve vencimentos congelados até o fim do ano.