A senadora Simone Tebet (MDB-MS) tornou-se novo alvo de parlamentares bolsonaristas após defender que a responsabilização de prefeitos e governadores por eventual mau uso de verba federal na deve ser investigada pelas respectivas Casas legislativas, e não pela CPI que atualmente corre no Senado Federal.

A senadora – que é advogada e ex-presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, a mais importante da casa legislativa – considerou que compete ao Senado a fiscalização dos recursos da União, “independentemente de ser responsabilidade do governo federal ou dos demais entes”.

A senadora também avalia que despacho do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM) foi sido taxativo sobre repassar investigação em caso de indícios de responsabilidade municipal ou estadual, devido à exclusão de matérias de competência constitucional atribuídos aos estados, DF e municípios, na forma do regimento, e à luz da Constituição e do STF (Supremo Tribunal Federal).

“Não é porque o recurso é federal e foi repassado a estados que ele pode ser investigado por esta comissão”, pontuou a senadora, durante oitiva da CPI na última quarta-feira (5).

Mesmo assim, a deputada federal bolsonarista (PSL-SP) discordou e acusou Tebet de querer aparelhar a CPI para prejudicar o governo federal. Zambelli criticou publicamente a postura de Tebet em postagem nas redes sociais e, em postagem no , criticou Tebet, acusando-a de querer defender governadores e prefeitos.

“Que papelão, Simone Tebet. A senhora está querendo proteger governadores e prefeitos? Vendo CNN entendi ainda que quer usar o fato de ser mulher para ser mais ouvida que os demais. Sempre tive tanto respeito por você, nunca imaginei que fosse se esconder por trás de seu ‘gênero'”, declarou em postagem.

Zambelli também aproveitou para alfinetar Tebet por conta de discussões nos primeiros dias da CPI da Pandemia protagonizadas pelos membros da comissão e representantes da bancada feminina. No caso, nenhuma das 18 vagas da CPI é composta por mulheres. Mesmo assim, acordo dentro da comissão garantia que as senadoras possam participar da investigação. O acordo foi alvo de polêmica, sobretudo por parte de aliados do governo, uma vez que o acordo havia garantido que as senadoras seriam as primeiras a falar durante as sessões.

Vale lembrar que, apesar de poderem realizar perguntas, as senadoras não podem votar ou fazer requerimentos, conforme o regimento das CPIs.

“Réplica”

Na manhã desta quinta-feira (6), Tebet postou em seu perfil no Twitter trecho de entrevista na qual a senadora explica que a não persecução de governadores e prefeitos é uma questão Constitucional. A postagem foi entendida como resposta à deputada, uma vez que Tebet foi marcada na postagem de Zambelli, na noite da quarta-feira.

“Essa CPI não pode ser parcial, ela não pode ser tendenciosa. não queremos responsabilizar o governo federal, nós queremos responsabilizar os responsável, sejam eles quais forem. E se encontrarmos indícios de responsabilidade de governadores e prefeitos, temos que passar o bastão para assembleias legislativas e câmaras de vereadores”, concluiu.