Vereadores de preferem adotar cautela ao falar sobre relaxamento de medidas contra coronavírus (). Alguns defendem afrouxamento, diante do andamento dos casos na cidade, enquanto outros reforçam a necessidade de ouvir especialistas da saúde para tomar qualquer decisão.

“Somente quem tem o banco de dados oficial pode determinar o regresso da normalidade. Entretanto, é importante que os dados estejam sendo colhidos com exames para saber qual o coeficiente de infecção e de cura da população”, afirmou o vereador Vinicius Siqueira (PSL). Diz, ainda, que ‘qualquer opinião fora dos dados reais levantados, seria um completo achismo'. “Vale lembrar que temos dois doentes e que não podemos deixar de cuidar do segundo, que é a nossa economia”.

Enfermeiro Friz (PSD) avalia que, analisando o vírus pelo mundo, observa-se que vem das extremidades para o interior. “Eu acredito que deva interiorizar nos próximos 30 dias”. Mas ponderou que há questões específicas, como calor, que podem contribuir. “Acredito que sempre na saúde você deva errar por mais cuidado, por mais atenção, do que por negligência. Qualquer vida é importante e fundamental para alguém”.

A precaução agora deve ser ainda maior, de acordo com o vereador Chiquinho Telles (PSD), justamente porque as medidas adotadas até então podem ter refletindo em números considerados baixos. “O pior já passou em alguns países. Nós, Campo Grande, Mato Grosso do Sul, chegou bem depois. Não dá para afrouxar nada. Principal meta é salvar vidas e se precaver”.

O vereador André Salineiro (Avante) concorda que é precisa ‘seguir orientações e buscar alternativas seguras para continuar com nossas atividades e alternativas de como amparar aqueles que mais sofrem impactos financeiros'.

Para ele, o governo federal está tomando atitudes neste sentido, enquanto a Prefeitura de Campo Grande ainda precisaria conceder descontos e isenções de impostos para autônomos, profissionais liberais e microempreendedores. “Cautela nunca é demais, ocorre que essas avaliações têm que ser feitas pelos especialistas que têm acesso diferenciado aos números e dados”.

“Penso que o pior só vai passar quando não tiver mais risco de contaminação”, avalia a vereadora Dharleng Campos (MDB). Paralelamente, o poder público precisa, com os três poderes e a sociedade, encontrar caminhos e meios para ajudar na sobrevivência das pessoas, comércio e geração de renda.

Eduardo Romero (Rede) reforça que o momento ainda é de ‘insegurança e instabilidade'. “Nós estamos vivendo um período onde as decisões são feitas com dados de curto prazo e para ações de curto e médio prazo. Eu diria que mais do que nunca cautela é fundamental e que as decisões têm de ser sempre com embasamento técnicas, de saúde e ciência”.

“As atitudes tomadas no início da pandemia surtem efeitos positivos até hoje e por isso Campo Grande apresenta números controlados de pandemia. Por outro lado nos grandes centros os números preocupam e por isso não devemos cometer o erro de relaxar”, opina (PSD). Para o parlamentar, o controle e as decisões devem ser tomadas a cada dia. “Caso gráfico aumente devemos retomar ações restritivas”.

Difícil cravar quando o momento passará, avalia Júnior Longo (PSDB). “Defendo a flexibilização e concordei com toque de recolher ser alterado para meia-noite. Mas precisamos ter todos os cuidados, não entender uma liberação para tudo, precisamos continuar de máscaras e com fiscalização”.

“Diante do atual cenário, não é possível pautar o meu posicionamento em cima de suposições. Falar que o pior já passou é a nossa maior torcida, mas não podemos pontuar isso com certeza neste momento, até porque não temos conhecimento técnico e não é um posicionamento oficial das autoridades sanitárias e de saúde”, avalia (PSDB).

Próximos 15 dias

Dr. Lívio (PSDB) acredita, ainda, que a subida ainda não foi nem iniciada e que, será possível ter ideia do quanto a movimentação poderá afetar o rumo doença, daqui 15 dias. “A Covid chegou de verdade no País nesta semana. Digo isso pelo fato de agora presenciarmos os sistema de saúde vindo a colapsar em outros estados”.

O período que antecedeu, avalia, ‘foi muito bom' para preparar o sistema para acolher ‘a onda, que, ao que todos os locais do mundo indicam, deve chegar'. “Estamos no caminho certo. Tenho uma preocupação com a cidade de Três Lagoas que me parece estar numa situação delicada e se o sistema deles caírem com certeza as UTIs [Unidade de Terapia Intensiva] do município [Campo Grande] deverão ser usadas para atender a cidade”.