“Estarrecedor. Ele, como líder, precisaria ter consciência de que aquilo que ele fala, muitas vezes, guia outras pessoas”, avaliou o vereador de Campo Grande Eduardo Romero (Rede), a respeito do pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), transmitido em rede nacional na noite de terça-feira (24).

Bolsonaro disse que o grupo de risco para o coronavírus são pessoas acima dos 60 anos e criticou o fechamento de escolas. Incentivou a reabertura de comércios e a retomada às ruas de quem não compõe o grupo de risco, contrariando recomendações que líderes no mundo todo têm feito no combate da doença.

O parlamentar municipal, que integra uma comissão recém criada na Câmara Municipal sobre a pandemia, ressaltou que estados e municípios estão somando esforços para implementar medidas para evitar a proliferação do vírus. “De repente vem um cara descompromissado, que não sabe o que está fazendo, falar besteira. É bastante revoltante”.

Apesar do pronunciamento de Bolsonaro, Executivos estaduais e municipais devem continuar com os decretos de toque de recolher, isolamento social e outros, inclusive na área fiscal. “A vida das pessoas está nas cidades, o governo federal é um poder abstrato. Aliás, mais do que nunca, nesse momento no Brasil, um governo extremamente abstrato, que não está fazendo nada para ajudar, embora seu ministério tenha atuado com bastante eficiência”.

Ainda na noite de terça-feira, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) publicou em seu perfil no Facebook que a ciência já comprovou que a Covid-19 “é grave e mata” e que vai manter todos os decretos divulgados até agora a respeito da pandemia. “Entre possíveis perdas econômicas e a vida de muita gente, Campo Grande abraça as pessoas e a vida”.