Candidatos nas eleições deste ano e vereadores condenaram o suposto envolvimento do prefeito de e postulante à reeleição, Odilon Alves Ribeiro (), em esquema de pagamento de propina investigado na Operação Vostok. A Polícia Federal suspeita que o pecuarista Zelito Alves Ribeiro tenha ressarcido com dinheiro de vantagens ilegais o prefeito, seu irmão, por doações de campanha feitas ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

Rival de Odilon nas urnas, Viviane Orro (PSD) disse confiar na Justiça, mas pediu celeridade nas apurações. “A gente só espera que tudo seja esclarecido antes do fim do processo eleitoral. O grande problema é que a gente vê fatos virem à tona após o período da eleição. Aí afasta-se o prefeito, o que é muito ruim para o desenvolvimento da cidade”, opinou.

Odilon Ribeiro não está entre os 22 indiciados pela Polícia Federal na Operação Vostok. Por outro lado, Zelito Ribeiro é alvo da ofensiva.

O vereador Moacir Pereira de Melo falou em “situação muito pesada” com a suspeita de envolvimento do prefeito no caso. “Fica ruim para quem está no poder”, completou.

O também vereador Valter Neves afirmou que “o prefeito tem que dar o exemplo”. “É lamentável que isso tenha ocorrido. Ele e o irmão são gente de nome, que vem de família tradicional. Mas a gente não pode aceitar essas situações”, seguiu o parlamentar.

Procurado pela reportagem anteriormente, o prefeito Odilon Ribeiro disse que é há muito tempo e sempre negociou com a JBS – suspeita dos pagamentos de propina ao governador Reinaldo Azambuja para manter isenções fiscais no Estado.

“Tenho certeza que meu irmão vai provar sua inocência. Não sou investigado e espero que esse processo se encerre logo e que a verdade prevaleça”, continuou Ribeiro.

Doações para Reinaldo Azambuja

De acordo com investigações da Polícia Federal, Zelito e Odilon fizeram doações eleitorais para a campanha de Azambuja em 2014, que totalizaram R$ 500 mil. Cada um dos irmãos doou R$ 250 mil, segundo registros na .

Dois anos depois, entre setembro e novembro de 2016, Zelito teria feito seis transferências para a conta de Odilon Ribeiro, somando R$ 288 mil, ou seja, o mesmo valor doado, mais R$ 38 mil. As informações também constam de relatório de investigação.

Portanto, a Polícia Federal vê possibilidade de que parte dos pagamentos feitos pela JBS a Zelito Ribeiro tenha sido um “ressarcimento” pelos valores doados por ele e Odilon.