O trabalho do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) foi alvo de homenagem em sessão da Câmara dos Deputados, no final desta quinta-feira (16). Lideranças de diferentes partidos manifestaram-se contra a decisão do presidente de demiti-lo em meio à pandemia do novo coronavírus.

“Mandetta deixa um legado, uma estrutura para que o governo federal, estados e municípios possam atender da melhor forma possível a sociedade, em especial daqueles que precisam do sistema SUS”, afirmou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Para o líder do Cidadania, deputado Arnaldo Jardim (SP), a defesa de critérios científicos seguidos por Mandetta deve permanecer na pasta, inclusive na definição de medicamentos para combater a Covid-19. “Espero que não se demita a ciência, o critério objetivo para se enfrentar a pandemia. Que isso possa ser mantido”, afirmou Jardim. 

Já o deputado líder da Minoria, José Guimarães (PT-CE), a saída do ministro foi um ‘duro golpe na ciência, na OMS [Organização Mundial de Saúde] e nas milhares de vidas que precisam ser preservadas’. Até representantes de legendas contrárias à de Mandetta saíram em sua defesa. “Não tenho identidade política e ideológica com o ministro. Falo em nome da necessidade básica daqueles que mais vão precisar, é uma questão republicana”, disse o deputado Marcelo Freixo (Psol-RJ).

“A demissão de Mandetta não passa de um acerto de contas por parte de um chefe que, no auge de sua mediocridade, não tolera um auxiliar se destacando mais do que ele”, criticou o líder do PSB, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ).

Para a relatora da Comissão Externa do Coronavírus, deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC), a esperança é que o novo ministro dê continuidade às ações colocadas em prática por Mandetta. “Deve respeitar o trabalho do SUS no enfrentamento dessa pandemia e manter as recomendações da Organização Mundial de Saúde, já adotadas por todos os países”, adiantou.