Foi protocolado na manhã desta quarta-feira (8) na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), mais um pedido de impeachment contra o governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Ele foi indiciado pela PF (Polícia Federal) pelos crimes de lavagem de dinheiro, formação de organização criminosa e corrupção passiva, pelo recebimento de R$ 67 milhões de propina da JBS.

Parlamentares, o vereador Vinicius Siqueira, deputado federal Loester Trutis e também o suplente da senadora Soraya Thronicke, Danny Fabricio, filiados ao PSL, foram à Casa de Leis para protocolar o pedido de impeachment. 

Segundo Siqueira, como o governador foi indiciado pela PF, esta é a primeira manifestação e já sustenta o pedido. “O indício de autoria é materializada. A PF entendeu duas condições e isso é suficiente para abrir processo de impeachment”.

Contudo, como o caso sobre o pagamento de propina ao governador acontece desde 2018, este já é o 3º pedido protocolado por Siqueira, sobre o mesmo caso. “Da primeira vez que protocolei, era o primeiro mandato do governador e perdeu objeto. Agora, temos novas provas como o indiciamento da PF e acredito que esse pedido será votado na Casa de Leis”.

Segundo o deputado Trutis, com o pedido protocolado, ele está se preparando para fazer pressão popular. 

Indiciado por corrupção pela PF, Reinaldo Azambuja é alvo de novo pedido de impeachment
Deputado federal Loester Trutis e vereador Vinicius Siqueira com pedido de impeachment em mãos. (Divulgação)

No documento consta que “caso haja indício sólido de prática de crimes de responsabilidade conforme o indiciamento, requerendo que seja decretada a perda de seu cargo, como a inabilitação para exercer cargo público por 8 anos.

Na última terça-feira (7), o Capitão Contar (PSL) pediu o compartilhamento de provas da PF no inquérito encaminhado ao relator do caso, ministro Félix Fischer, do STJ (Superior Tribunal de Justiça). Conforme o parlamentar, com os documentos em mãos ele dará entrada no pedido de impeachment de Azambuja.

 

 

Detalhes do pedido

No pedido, os autores detalharam trechos da delação premiada dos empresários e Wesley Batista, na qual apontam que Azambuja teria se utilizado de esquema de notas frias para recebimento de propina em valor superior a R$ 38 milhões.

“É notório que o Sr. Governador de Estado atentou contra a probidade da administração e contra o cumprimento da Lei, devendo ser o mesmo ser imediatamente suspenso de suas funções”, traz o documento. Afirma, ainda, que argumentos de que o pedido teria natureza política “não liberta a acusação de evidenciar a tipicidade dos fatos”.

De acordo com o pedido, o Ministério da Agricultura também deve ser oficiado para que disponibilize o Serviço de Inspeção Federal de todos os animais comercializados que teria sido comercializado pelo governador e fornecedores, em cada ocasião apontada nas notas fiscais, indicadas na deleção premiada. Ainda, para obtenção de prova, pede apresentação de notas fiscais de transporte de saída das fazendas e de entrada dos bovinos no .