Em debate realizado pelo parlamento paraguaio nesta terça-feira (1), deputados de diferentes blocos reconheceram a infiltração do narcotráfico na política e nas instituições públicas do país que faz seca com o Mato Grosso do Sul. Apesar da existência de denúncias, não houve divulgação de nomes de envolvidos.

No entendimento do deputado Roberto Acevedo (PLRA), algumas pessoas que atualmente ocupam cargos muito altos receberam forte financiamento dos traficantes de drogas. Entretanto, segundo o ABC Color, nenhum nome foi divulgado.

As denúncias de infiltração do narcotráfico na política não são recentes. Há seis anos o Ministério Público foi convocado para se pronunciar em uma comissão aberta pelo Senado. Agora a deputada Kattya González (PEN) e o colega Édgar Acosta (PLRA) resolver reabrir as discussões sobre o assunto.

Após um longo debate, os deputados finalmente decidiram deixar para a diretoria definir se convocarão ou não as autoridades da Senad, Seprelad, Juízo, Ministério Público, Comando de Polícia, Defesa e Conjunta (FTC). A proposta foi promovida pela deputada Kattya González (PEN) e deputado Édgar Acosta (PLRA).

O deputado Acevedo pediu ao Ministério Público que se pronuncie sobre o andamento da denúncia penal apresentada pela Câmara dos Senadores há seis anos, na qual o ex-chefe do Senado, Luis Rojas, denunciava os vínculos dos atuais parlamentares e ex-parlamentares com tráfico de drogas.

O parlamentar afirmou que viu traficantes de drogas levantando dinheiro para financiar até campanhas presidenciais. Ele também revelou que muitos candidatos vão pedir dinheiro aos traficantes. Acevedo acrescentou que ninguém pode negar que senadores, deputados e presidentes da República são eleitos com dinheiro do narcotráfico.

“Lembro que o ministro Rojas nos disse que tinham material (audiovisual) em que se viam entrando no Senado com sacos de dinheiro para entregar aos candidatos e nomes que não vamos imaginar, não direi aqui, mas me assustou porque eu não estava esperando”, denunciou o deputado.