Os deputados da Assembleia Legislativa Estadual aprovaram nesta quinta-feira (13) uma moção de pesar à família do jornalista , executado na noite do dia 12 em casa. Os parlamentares também destacaram durante a sessão a falta de investimentos do governo federal em segurança na fronteira do Brasil com o Paraguai, território dominado pelo narcotráfico.

“É uma morte simbólica, para mostrar ao Brasil que a fronteira precisa de atenção de todos e para que tenhamos uma estrutura policial maior da União. A fronteira é um passaporte para a criminalidade”, disse o deputado Coronel David (PSL).

Sem a ativação de toda a estrutura do Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras) desde 2008, quando foi concebido pelo Exército Brasileiro, fica sem uma importante arma tecnológica para combater o narcotráfico, destacou David.

Renato Câmara (DB) também afirmou que as mortes que ocorrem pelo narcotráfico não devem ser entendidas como ‘naturais da região de fronteira'. “Não se ouve mais falar no Sisfron. Trouxeram o Jungmann [Raul Jungmann, ministro da Defesa durante o governo Temer] para dar explicações sobre o Sistema, mas não precisamos de conhecimento sobre sim, e sim da ativação”.

Se estivesse implementado, o Sisfron evitaria a ‘quantidade absurda de crimes', destacou o parlamentar. “São vários equipamentos, radares, que farão a integração entre Exército e polícia. É necessário retomar esse investimento porque a solução pode estar aí”.

Lídio Lopes (Patri) comentou que a morte de Jorge Rafaat aumentou a criminalidade em busca de lideranças para o controle do narcotráfico na região e que é dever da União se empenhar no combate ao contrabando.

“Um caminhão-baú atravessou o Estado para explodir uma casa. Isso é a mostra de que a segurança não tem sido efetiva no Estado. O governo federal precisa mandar a Força Nacional para ajudar no controle do tráfico”.

Para Evander Vendramini (PP), a intenção do crime organizado é calar a imprensa sobre o narcotráfico. “É preciso agir urgentemente em busca de apoio do governo federal”. Líder do governador (PSDB) na Assembleia, o deputado estadual Gerson Claro (PP) reiterou a responsabilidade da União sobre a fronteira. “Não podemos compactar com essa falta de investimentos para diminuir a criminalidade”.