Rede social e o trabalho feito durante o mandato são as apostas dos vereadores que, em busca da reeleição, terão de lidar com campanha eleitoral em plena pandemia de coronavírus – situação que atinge bastante quem precisaria estar nas ruas e em reuniões para conversar com eleitores.

“Por hora, só reforçando os contatos e parcerias feitas durante a campanha. As eleições novamente serão decididas nas redes sociais, pois elas são a caixa de ressonância do mandato”, afirmou o vereador Odilon de Oliveira (PSD).

Diante da situação, o vereador Valdir Gomes (PSD) diz que está respeitando as restrições ‘para em breve tudo isso passar'. As conversas, que antes aconteceria pessoalmente, são por telefone, afirma. “Mas sem reuniões. Não podemos colocar a vida das pessoas em risco por política. já me conhece o suficiente para fazer uma avaliação do meu trabalho”.

Apesar de considerar a situação na Capital ‘mais tranquila, se comparada a outras cidades', a vereadora Dharleng Campos (MDB) afirma que não irá contra recomendações da OMS (Organização Mundial da Saúde) e Ministério da Saúde, quanto às restrições de aglomerações. “Devemos ser criativos, e acredito que as mídias sociais são os principais canais de comunicação com a população, para estreitar laços e encaminhar propostas”.

“Não estou fazendo pré-campanha. Estou 100% empenhado nas investigações. Preciso dar visibilidade à Operação Óleo Diesel e já trabalhar na Operação Esgoto, que irá tratar sobre o Contrato da Águas Guariroba”, disse o vereador Vinicius Siqueira (PSL). Quem afirma que também não está em pré-campanha é o vereador André Salineiro (Avante). Mas ele pondera que as proibições de reunião de pessoas é ‘são as mesas para qualquer ato”.

Visitas que fazia, até então, estão sendo evitadas, segundo o vereador Willian Maksoud (PTB). Ele concorda que as redes sociais e meios de telecomunicação vão ser os ‘grandes aliados'. “Essas eleições, sem dúvidas, serão uma nova experiência para todos aqueles que colocarem seus nomes à disposição como candidatos, seguindo as recomendações, caberá a eles se reinventarem para ter o contato e acesso aos eleitores”.

“Acho que do jeito que a música tocar temos que dançar. Mas pra mim não terá muito problema, trabalho os 4 anos, agora quem é político profissional que deixa pra fazer campanha só nos 4 meses antes da eleição, aí fica mais difícil”, disse (PSD). O parlamentar afima que tem mantido a distância e as ‘orientações de quem realmente sabe do problema que é essa pandemia'.

Pré-candidato fez reunião

Após flagra de Miglioli, vereadores apostam em campanha virtual para driblar coronavírus
Encontro aconteceu em varanda de casa usada como comitê do pré-candidato (Foto: Ranziel Oliveira, Midiamax)

Enquanto o questionamento aos parlamentares foi quanto aos mecanismos que devem ser usados durante a pandemia, no sábado (9), o pré-candidato à Prefeitura de Campo Grande (SD) promoveu evento em que reuniu aproximadamente 26 pessoas que se aglomeraram, sem respeitar a distância entre si, recomendada pelas autoridades em saúde.

A reunião promovida por Marcelo Miglioli afronta decreto municipal publicado em 19 de março e que proíbe aglomerações de 20 pessoas ou mais. O encontro foi promovido em uma residência localizada na Rua Antônio Maria Coelho, e que deve funcionar como comitê de campanha de Miglioli.

O grupo de mulheres se reuniu em uma varanda da casa. As participantes do encontro estavam sentadas em cadeiras, e nenhuma delas, como constatou a reportagem, estava a 1,5 metro de distância, o que é recomendado pelas autoridades, e pelo menos uma pessoa não utilizava no local.

No fim do encontro, o pré-candidato negou que estava descumprindo qualquer regra porque tomou as medidas de proteção e escolheu um local aberto para a realização do encontro. Ainda disse que todos estavam usando álcool em gel, máscaras e respeitando o distanciamento.