Vereadores usam até VAR em troca de farpas, mas mantêm veto a placas em obras paradas

Os vereadores de Campo Grande mantiveram nesta terça-feira (26) o veto da Prefeitura contra o projeto 9208/2019, do vereador André Salineiro (PSDB), que pedia instalação de placas em obras públicas paradas com explicações à população, por 21 votos a 4. A votação gerou discussão na bancada tucana da Casa e precisou até mesmo de VAR […]

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Dança das cadeiras movimentou a Câmara Municipal na última semana da janela partidária. (Izaías Medeiros
Dança das cadeiras movimentou a Câmara Municipal na última semana da janela partidária. (Izaías Medeiros

Os vereadores de Campo Grande mantiveram nesta terça-feira (26) o veto da Prefeitura contra o projeto 9208/2019, do vereador André Salineiro (PSDB), que pedia instalação de placas em obras públicas paradas com explicações à população, por 21 votos a 4. A votação gerou discussão na bancada tucana da Casa e precisou até mesmo de VAR (Video Assistant Referee), o árbitro assistente de vídeo usado no futebol, para tira-teima de ofensas nos registros da Câmara.

Votaram para derrubar o veto o proponente e os vereadores Dr Lívio, Vinícius Siqueira (DEM) e Enfermeira Cida (Pros). Após a votação, Salineiro prometeu reapresentar o projeto em 2020 e ‘lotar a Câmara’ com a população para pressionar os parlamentares a aprovarem a proposta. A fala não agradou nem mesmo os colegas de bancada de Salineiro.

“Tenho certeza de que vamos aprovar esse projeto, porque vamos entrar fundo na questão de contratos e licitações, prazos de obra e fazer um cadastro com essas denúncias”, disse. Otávio Trad (PTB) ironizou, chamando a ideia de ‘brilhante’, e defendeu que já existe lei, de autoria do vereador João César Matogrosso, que inclui QR Code nas placas a serem instaladas.

Salineiro rebateu, dizendo que a Prefeitura precisaria distribuir celulares para que todos tivessem acesso ao código e pudessem saber o motivo da parada das obras.

João César Mattogrosso (PSDB) disse entender que nem todo mundo tem smartphone. “99% devem ter, mas não vou entrar nessa questão. Confesso apenas que fico confuso com quem não sabe ler e os cegos. Como eles vão ter acesso a isso? O que me deixa triste mesmo é um vereador falar que vai encher essa Casa para fazer pressão nos vereadores. Nós não temos medo da população. Pode encher de gente que os vereadores vão manter o voto”.

Correligionários, João César e Salineiro sentam lado a lado na Câmara, mas seguiram a discussão. “Não falei isso. Não coloque frases na minha boca”, afirmou Salineiro. O outro tucano disse que ia usar o sistema de gravação da Casa para provar que o vereador havia prometido ‘lotar a Casa’ para pressionar os vereadores.

A sessão prosseguiu junto com as discussões dos parlamentares e, após confirmar que foi verificar os vídeos, Salineiro acusou Mattogrosso de ‘não ter mais o que fazer’. Ao finalizar a sessão, o presidente da Câmara, João Rocha (PSDB), brincou. “Entre a pressão e a impressão, fica a força de expressão”, amenizando a discussão. O vereador disse, ainda, que tucanos geralmente batem ‘bico’ para chegarem a um entendimento.

 

 

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