A disputa das prévias do MDB para escolha do candidato à presidência do Senado está sofrendo interferência do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lonrenzoni (DEM). Rival de , a senadora acusa membro da equipe do Onyx de tentar convence-la a não entra na pelo cargo.

Ela afirmou ao Globo que percebeu “mudança de rota” do governo federal em relação ao nome de Calheiros, antes criticado e agora visto com outros olhos pela equipe de Jair (PSL).

“Havia só uma restrição do governo: “Ah, temos problema de caminhar com Renan”. A pergunta que fiz para Onyx no fim do ano, como líder, foi: “E se for um plano B ou C?”. “Não, não tem problema. Não vamos vetar o MDB. Nada disso. Porque queremos o apoio do MDB e sabemos que, na proporcionalidade, é mais fácil conduzir”, disse ao Globo.

No entanto, ela revela uma visita repentina de Quintão, integrante da equipe de Onyx, “pedindo desculpas em nome da Casa Civil” pela escolha de outro candidato na disputa pelo comando da Mesa Diretora, o democrata Davi Alcolumbre.

Propostas infantilizadas e salto alto

Simone conta que questionou o interlocutor de Onyx sobre eventual lançamento de novo nome do MDB, mas também recebeu negativa de Quintão. “Ele tentou me dissuadir, inclusive, de ser candidata na minha bancada”, afirma.

Ela disse que foi recebida por ele com propostas “muita infantilizadas ou muito salto alto”, como presidir a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), falando com a senador como se ela fosse “integrante do governo”.

“Eu disse: “Olha, faz de conta que você não falou isso. Eu faço de conta que não escutei. Se eu tiver de ser presidente, eu sou presidente pela minha bancada. É meu partido que vai me indicar”.

Simone disse que é impossível ter um projeto de país saudável “com um partido (DEM) que quer comandar tudo”, desde presidente do Senado, a Câmara a Casa Civil e outros ministérios. “Daqui a pouco, vão querer mandar no presidente da República”, ironiza.

Não é ‘coisa’ do governo

Após o episódio, ela conta que ficou muito claro que não seria “coisa do governo” e sim da Casa Civil, tanto que até foi procurada pelo senador eleito Major Olímpio, correligionário de Bolsonaro, que também lançou sua pré-candidatura.

“O Major Olímpio fez questão de falar comigo, que isso não é coisa do presidente, que é coisa de um partido que apoia o presidente, que se fosse para ter candidato oficial, faria mais sentido ser ele. E foi além: disse que o que interessa é a governabilidade e que estava disposto a conversar com meu partido e abrir mão, caso eu seja candidata”, garante.

Questionada, ela garante que “tem votos suficientes para não passar vergonha”, mas preferiu guardar segredo sobre o apoio que vem recebendo dos pares de bancada. “Não posso abrir ou pode me prejudicar. Mas posso dizer que ninguém é candidato de si mesmo. Jamais seria candidata sem apoio de colegas. Tenho votos tranquilamente pelo menos para não passar vergonha”, avisa.