O deputado federal de Mato Grosso do Sul (PSL) considera que os senadores favoráveis ao projeto que derrubou os decretos do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que flexibilizaram o porte de armas no País, não agiram conforme a vontade da população. O parlamentar diz que vai trabalhar na Câmara para reverter essa decisão.

De acordo com Trutis, desde 2005 a maior parte dos brasileiros defende o direito de ter o porte ou posse de armas de fogo e que a própria eleição de Bolsonaro, no ano passado, foi uma demonstração desse desejo.

“Eu achei que o Senado mais uma vez, na sua grande maioria, esses 47 senadores aí, decidiram sim como vontade própria e não como representantes do povo. O brasileiro desde 2005, quando votou contra a proibição de vendas de armas no Brasil, se demonstra que o povo brasileiro é feito de cidadão armamentista”, relatou Trutis ao Jornal Midiamax nesta quarta-feira (19).

Presidente da Frente Parlamentar Armamentista, Trutis diz que vai articular com os colegas para atender a vontade dos cidadãos pró-armas através de projetos de lei e outros tipos de propostas.

“A gente vai tentar articular, vai tentar também apresentar projetos, porque o próprio presidente, quando elaborou o decreto, falou que ele iria até onde a caneta dele alcançava. Ou seja, ele sabia que a verdadeira mudança no cenário para o cidadão armamentista viria do parlamento”, relata o deputado sul-mato-grossense.

Trutis destaca que o que está em questão não é armar a população, mas “para que todo cidadão brasileiro tenha o direito de escolha de poder optar entre comprar uma arma de fogo ou não; entre ter uma arma de fogo na sua casa ou não”.

Derrubada

O plenário do Senado aprovou na terça-feira (18) a revogação do decreto do presidente Jair Bolsonaro que flexibilizou o acesso da população a compra e posse de armas no Brasil. Por 47 votos a 28, os senadores aprovaram um Projeto de Decreto Legislativo (PDC), do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e de outros senadores, que susta os efeitos da flexibilização. A matéria segue agora para análise na Câmara dos Deputados. A maioria dos senadores argumentou que a alteração das regras para o acesso às armas por meio de decreto era inconstitucional e deveria ser feita por projeto de lei.

Da bancada de Mato Grosso do Sul, os senadores Nelsinho Trad (PSD) e Soraya Thronicke (PSL) votaram contra o projeto, já Simone Tebet (MDB) foi favorável.