Dezenas de servidores do HRMS ( de Mato Grosso do Sul) protestaram nesta quinta-feira (15) na ALMS (Assembleia Legislativa) com mordaças pretas após suposto anúncio do secretário estadual de Saúde Geraldo Resende de colocar uma OS () para gerir a unidade.

Segundo o presidente do Sintss-MS (Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social no Mato Grosso do Sul) Ricardo Bueno, o secretário teria feito o anúncio em reunião do Conselho Estadual de Saúde na última sexta-feira (9). “Resende disse que o Hospital gera um gasto de R$ 30 milhões, sendo R$ 18 com folha de pagamento. Mas tem R$ 1 milhão só com servidor cedido”, reclamou.

Técnica em enfermagem, Maria de Fátima Pereira é concursada há 20 anos na unidade e disse que se atualmente a gestão já é ruim, imagina que ficará pior nas mãos de uma OS. “Faltam luvas, aventais. Tem um gasômetro quebrado há mais de um mês. É um aparelho importante, que salva vidas, mas está quebrado e ninguém faz nada. Agora, imagina com uma gestão dessas?”, questiona.

Para Bueno, o Estado teve experiências ruins nas mãos de OS. “Em Ponta Porã e Dourados precisaram trocar duas vezes a empresa. Se é um sistema bom, eficaz, por que precisa trocar? É um sistema que dá problema em todo o país”.

Zé Teixeira (DEM) usou a tribuna para pedir que os servidores avaliassem a ideia do governo. “Em alguns lugares dá certo, em outros não”. Os servidores não deixaram o deputado concluir a fala.

Líder do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) na Casa, Barbosinha (DEM) disse não estar sabendo da proposta. Os servidores pedem que os deputados montem uma Comissão Parlamentar para tentar impedir a contratação da Organização e também levantar, junto ao Governo, dados sobre o custo do HRMS.

Segundo divulgado pelo Portal da Transparência do governo do Estado, estão empenhados para todo o ano de 2019 R$ 33,4 milhões para o Hospital, sendo que R$ 22,7 milhões já foram pagos. Desse valor, R$ 10,8 milhões são para pagamento de pessoal e R$ 21,5 milhões em material de consumo.