Mais um dos temas alvo de queda de braço entre o e o Palácio do Planalto, o aumento do Fundo Eleitoral bilionário para 2020 tem recebido manifestações contrárias de parte da bancada federal sul-mato-grossense.

Pelas redes sociais, parlamentares têm informado adesão ao abaixo-assinado que contém centenas de milhares de assinaturas com o intuito de impedir que o valor que foi de R$ 1,7 bilhão nas últimas eleições salte para R$ 3,8 bilhões.

Para a senadora Soraya Thronicke (PSL), a população deve cobrar a classe política para evitar o aumento. “Também queremos que a votação seja nominal para que o povo saiba quem votou a favor ou contra esse absurdo”, diz Soraya em sua postagem.

A mesma campanha foi compartilhada pelo deputado federal Loester Trutis (PSL), que em postagem informou ter assinado o documento contra a elevação do montante de dinheiro público para financiar campanhas políticas.

“Eu acho que o valor existente já é um absurdo”, afirmou, classificando como ‘imoral’ a elevação usando recursos destinados a outras áreas. Ele admitiu, contudo, acreditar mais na pressão popular sobre os parlamentares do que na eficácia da coleta de assinaturas.

Votos contrários 

A deputada federal também usou as redes sociais para se manifestar contra o aumento. Ela disse reconhecer a importância das eleições, mas não concorda que a sociedade seja penalizada com os custos. “Não dá para aceitarmos que dinheiro de áreas importantes seja destinado para bancar campanha política!”, postou.

Já o deputado federal Fábio Trad (PSD) afirmou que não assinará o abaixo-assinado porque o regimento da Câmara dos Deputados não prevê esse dispositivo, mas também se posicionou contra o aumento. “Mais importante que assinar o abaixo-assinado é votar no plenário. E eu votarei contra o fundo”, adiantou. 

Aumento bilionário

Os valores são custeados com recursos do Tesouro Nacional para o financiamento de campanhas políticas. Criado em 2017, o fundo surgiu como alternativa após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) proibir doações de pessoas jurídicas.

Inicialmente, o Congresso cogitou incluir na votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias o valor de R$ 3,8 bilhões. Após sinalização do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de que o valor seria vetado, eles articulam a redução do montante para R$ 2,5 bilhões, bem superior ao destinado às últimas eleições. Segundo apurado pelo Estado de SP, o valor de R$ 3,8 bilhões havia obtido o apoio do PP, MDB, PTB, PT, PSL, PL, PSD, PSB, Republicamos, PSDB, PDT, DEM e Solidariedade. Juntas, as legendas detém 430 dos 513 deputados e 61 dos 81 senadores.