O burburinho em torno da ‘nova ’ é foco de mais um desgaste interno e externo do governo de Jair Bolsonaro na presidência do país, a ponto de gerar a demissão do secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, mesmo com o presidente afastado e se recuperando de nova cirurgia no abdômen.

A questão repercute no Congresso e para os dois deputados federais do PSL de a criação de um novo imposto só pode ser aceita se não aumentar as taxas cobradas, ou seja, se substituir outra forma de contribuição.

“É um compromisso de campanha do presidente que não iam ser criados nem resgatados novos impostos. Acho que se houver algum tipo de contribuição sobre movimentação financeira, tem que ser extinta alguma outra contribuição maior”, comenta o deputado federal Loester Trutis, defensor de Bolsonaro.

Já o deputado Luiz Ovando segue linha semelhante e vai além. “Com a tecnologia, a informatização, a gente acredita que a forma mais fácil de manter a justiça social é você passar por movimentação financeira. Sou a favor da taxação, que deve substituir os demais impostos, e não criar um novo imposto”, frisa.

Ovando ainda reclama de uma “propaganda negativa” feita sobre a questão que, segundo ele, visa “descaracterizar a verdadeira intenção” da criação de imposto único que pode ser criado na Reforma Tributária que começa a ser estudada.

Possibilidades para a ‘nova CPMF’

Para Trutis, uma das possibilidades para que um novo imposto seja colocado em prática é que realizar a compensação com a redução da tabela do imposto de renda, por exemplo. “Na classe de quem ganha mais de R$ 5 mil, para ficar isentas, e quem ganha mais de R$ 10 mil, que hoje paga 27%, cair para 20 ou 18%, aí sim justificaria”.

O parlamentar diz também que “enquanto não conseguir diminuir o tamanho do Estado, desonerar o cidadão comum, é loucura criar um novo tributo”, deixando claro que a posição dele é sobre todo um contexto de tributos e não apenas sobre a CPMF.

Demissão de Cintra

Além disso, Loester falou sobre a demissão de Marcos Cintra na Receita Federal. Para ele, se trata mais uma vez de um funcionário que não respeitou a autoridade do presidente da República, levando em consideração que Bolsonaro já afirmou que a palavra final em questões de grande relevância será dele.

“Esses funcionários têm sim, antes de divulgar, submeter à sanção do presidente para saber se é realmente o que ele deseja, para evitar essa guerra de desinformação. Existe a desinformação hoje, onde uma meia verdade é contada por vários tipos de interesse, é espalhada mais do que a própria verdade”, conclui o deputado do PSL.