O ministro de carreira diplomática do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos Parkinson de Castro, evitou comentar a crise política no Paraguai nesta quarta-feira (21) em visita a Campo Grande para participar do encerramento da VIII Reunião do Grupo de Trabalho do Corredor Rodoviário Bioceânico. Castro destacou que a Capital de Mato Grosso do Sul deve ser o centro logístico de distribuição do corredor, diminuindo custos para todo o Brasil.
O impasse sobre a contratação de energia pela Eletrobras e pela Ande (Administração Nacional de Eletricidade do Paraguai) da usina binacional de Itaipu, deflagrado no fim de julho, tomou proporções inimagináveis e quase derrubou o governo de Mario Abdo Benítez no Paraguai.
No entanto, Castro limitou-se a comentar os ganhos para o Brasil. “Faço apenas avaliação do empenho de Mato Grosso do Sul neste projeto. Vejo o governador querendo transformar Campo Grande no centro distribuidor de carga regional para o resto do Brasil e isso valoriza o multimodal. Com o Porto Seco, vai gerar uma circulação de carga pelo Cone Sul, deixando Campo Grande à frente do ranking nacional logístico p ara reduzir custos”.
Tucumã, no Pará, que faz importações da Argentina, teria uma redução de 71% dos custos. “Isso tudo reflete no consumidor local. São esses avanços importantes que estão sob avaliação”, destacou.
A VIII Reunião do GT (Grupo de Trabalho) do Corredor Rodoviário Bioceânico começou às 9h desta quarta com a presença do governador Reinaldo Azambuja, do coordenador Nacional do GT pelo Brasil, ministro João Carlos Parkinson de Castro; do coordenador do GT pela Argentina, Patrício Perciavalle; do coordenador do GT pelo Chile, embaixador Roberto Ruiz Piraces e da coordenadora do GT pelo Paraguai, embaixadora Glória Irma Amarilla.
Às 11h haverá uma apresentação pelo chefe da Unidade de Infraestrutura da Comissão Econômica para a América Latina da ONU (Organização das Nações Unidas), Ricardo Sanchez. Na parte da tarde, o grupo de divide em cinco mesas de trabalho com os seguintes temas: Infraestrutura, Transporte e Logística; Produção e Comércio; Simplificação dos Procedimentos Aduaneiros; Rede de Universidades; e Turismo.
Esta última mesa terá outra reunião no segundo dia do evento para tratar da promoção de voos regionais a partir do aeroporto internacional de Campo Grande. O secretário Jaime Verruck apresentará, às 8h, o Programa Estadual de Incentivo à Aviação Regional DECOLA MS, que reduz a alíquota do imposto sobre o combustível para aviação àquelas empresas que operarem novos ou ampliarem voos no Estado.
Haverá ainda pela manhã outros dois painéis: com o superintendente de Desenvolvimento de Negócios em Soluções Logísticas da Infraero, Francisco Xavier da Silva Nunes, com o tema “A carga aérea como vetor do desenvolvimento regional”, e com o superintendente da Infraero em Mato Grosso do Sul, Richard Aldrin Fernandes Custódio, que apresentará o “Estado atual do aeroporto de Campo Grande e seu potencial: estímulos para a aviação regional”. Segue debate sobre as possibilidades de melhorias da conectividade aérea no Corredor Bioceânico e no fim da manhã, acontece a apresentação dos resultados das mesas de trabalho, leitura da ata final, painel com senador Nelsinho Trad e encerramento da reunião com o ministro das Relações Exteriores do Brasil.