Presidente do PSDB em Campo Grande, o vereador João César Mattogrosso afirmou que qualquer investigação aberta ‘vem para apurar os fatos ou denúncias vazias’, mas impacta nas eleições. A fala é em resposta sobre os possíveis desdobramentos que os depoimentos da Operação Vostok, que ocorrem desde terça-feira (3), podem trazer.

“Acho que a Justiça está cumprindo o papel dela, e o que ela levantar, que os culpados paguem por aquilo que fizeram”. Às vésperas das primeiras conversas sobre a eleição de 2020, o episódio, que envolveu integrantes do governo e PSDB, impacta negativamente o pleito eleitoral, avalia. “Infelizmente. A gente passa por um momento em que essas denúncias acabam afetando de uma certa forma”.

Mesmo assim, João César acredita que alguns fatores, como a convocação de familiares de investigados para depoimento, pressiona, “sendo que não tem nada para tirar”. “Deixo que a Justiça faça o papel dela”, conclui.

Determinação

Entre investigados e testemunhas, mais de 100 são ouvidos na sede de Campo Grande desde a última terça-feira (3).

Já foram ouvidos confirmadamente o deputado Zé Teixeira (DEM), além de dois ex-secretários estaduais da atual gestão: o atual conselheiro do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul), Márcio Monteiro, e o pecuarista Nelson Cintra.

Além deles, o empreiteiro João Baird, o pecuarista Ivanildo Miranda e o irmão do governador, ‘Beto Azambuja’, também já estiveram na sede da Polícia Federal.

Entre as testemunhas a serem ouvidas estão ainda a mãe do governador Reinaldo Azambuja, Zulmira Azambuja Silva, e o senador Nelson Trad Filho (PSD). Além deles, o ex-deputado Osvane Ramos e o ex-prefeito de Aquidauana, Zelito Ribeiro, estão na lista, completada com empresários do setor de frigoríficos e mercadistas, além de produtores rurais, contabilistas e empresários.

A Operação Vostok investiga suposto esquema da JBS, delatdo pelos irmãos Wesley e Joesley Batista, para pagamento de bois que não eram entregues e nem abatidos, por meio de notas frias, de forma a repassar propina para beneficiários em troca de benefícios fiscais na Sefaz-MS (Secretaria de Estado de Fazenda de Mato Grosso do Sul).