Depois do deputado Gerson Claro (PP), vice-líder do G10 (maior bloco da Assembleia Legislativa), ter tomado uma decisão monocrática sobre um projeto de lei de autoria do deputado (MDB), em votação entre os líderes da Casa, o emedebista afirmou que convidou os parlamentares que ficaram insatisfeitos com a decisão para ingressar no G9, segundo maior grupo da Assembleia.

“Infelizmente o líder do G10, sem consultar os seus integrantes, foi lá e disse que não teria acordo. Há uma insatisfação enorme dentro do G10, nem sei se vai continuar G10. E eu já deixei as portas abertas do G9 para que eles possam vir para cá”, declarou o deputado, que garantiu já ter convidado todos os deputados que se mostraram descontentes.

Gerson foi consultado sobre a decisão do bloco porque o líder do grupo, deputado (PSD), não participou da sessão desta quinta-feira (2).

Ainda conforme Fernandes, dos sete deputados que compõe o grupo e participou da sessão de hoje, seis eram favoráveis a um acordo entre as lideranças para a aprovação do projeto. São eles: João Henrique (PR), Renan Contar (PSL), Coronel David (PSL), Antônio Vaz (PRB), Neno Razuk (PTB) e Lucas Lima (SD).

Para os parlamentares presentes na sessão, a atitude de claro foi “autoritária”. “O grupo foi criado para tomar decisões coletivas, e o que a gente estava questionando é que o Gerson impôs ali a decisão exclusiva dele. Não existe grupo de decisão isolada, autoritária e sem educação”, disse de deputado João Henrique.

Já o deputado Neno Razuk pediu que uma reunião fosse feita com a presença do presidente do bloco, deputado Londres Machado. “Ainda faço parte do grupo, quero uma reunião, se eu não tiver voz eu saio. Nada contra o nosso líder, que é um cara democrático”.

Os deputados ainda afirmaram que o colega Evander Vendramini (PP) já teria deixado o G10 que, assim, teria se tornado G9. Entretanto, em conversa na noite desta quinta-feira o parlamentar negou a saída, mas afirmou que concorda com Neno e João Henrique sobre a cobrança de democracia.

“Minha cobrança sempre foi nesse sentido. Toda votação tem que consultar o grupo, sempre votar de acordo com a maioria”, disse. Segundo o deputado, já está marcada para terça-feira uma reunião com o grupo para “aparar as arestas”.

Vendramini garantiu que não tem intenção em sair do bloco e afirmou que essa conversa na semana que vem será o suficiente para “fazer esse entendimento”. “Foi uma coisa esporádica que tem que ser resolvida dentro do bloco”.

Projeto irá a votação terça-feira

Apesar de não ter sido aprovado com consenso dos líderes do bloco, o deputado Márcio Fernandes afirmou que o projeto, que obriga o Governo do Estado a destinar valor igual ou superior a 0,25% da receita do (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) para o esporte amador, deverá ser votado na terça-feira (7).

“Vamos trabalhar na terça-feira para que a gente possa ganhar no plenário, porque na terça não há desculpa nenhuma, não há acordo de liderança nem nada, só votar. Eu acredito que a grande maioria dali vai ser favorável”, afirmou o parlamentar.

O projeto foi proposto por Fernandes em 2016, mas não foi aprovado. Ele voltou a ser discutido agora, de acordo com o deputado, porque ele entrou em um outro mandato, o que o permite a apresenta-lo novamente.