O secretário municipal de Turismo de – a 296 km de Campo Grande –, Augusto Barbosa Mariano, participou de no Senado Federal, em (DF), sobre a situação das águas turbas da cidade. Durante seu discurso, ele afirmou que nos últimos sete anos 2 mil hectares foram desmatados no município.

A audiência foi proposta pelos senadores (PSD) e Styvenson Valentim (Podemos-RN). Ela ocorreu nesta terça-feira (21), em conjunto entre as comissões de Meio Ambiente, Agricultura e Reforma Agrária e Desenvolvimento Regional e Turismo da Casa.

De acordo com o secretário, os dois maiores desafios do século 21 são o tratamento do lixo e da água. Ele também ressaltou que há 1.496 hectares em situação crítica de recuperação em Bonito. Para Mariano, o aumento da fronteira agrícola é outro problema significativo, embora já exista legislação específica e restritiva neste sentido.

“Nós temos o dever mínimo, como cidadãos, de entregar para gerações futuras um meio ambiente e uma natureza melhores do que recebemos das gerações passadas. Porque não as recebemos de herança de nossos pais, mas as pegamos emprestadas de nossos netos”, declarou o secretário, durante o evento.

Considerado um polo do ecoturismo mundial, Bonito é o principal município do complexo turístico do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, tendo recebido mais de 200 mil visitantes em 2018, conforme relatório anual do OTEB (Observatório do Turismo e Eventos de Bonito).

A diretora do Departamento de Desenvolvimento Produtivo do Ministério do Turismo, Larissa Rodrigues Peixoto, disse que o ministério, desde sua criação, investiu cerca de R$ 15 milhões em obras de infraestrutura na região. Ela afirmou também que o governo atua de acordo com as necessidades locais, sempre com apoio da prefeitura.

“A gente ainda não tem dados que revelam queda significativa [do turismo] causada pelos problemas ambientais, mas estamos cientes de que isso pode acontecer em breve. Entendemos ser importante essa discussão, inclusive, junto à área da agricultura, ao município, à população local, para que possamos entender os entraves e, assim, atuar de forma integrada e cooperada”, declarou a diretora.

Também presente na discussão, o presidente da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso do Sul), Maurício Saito, garantiu que não é o produtor rural quem causa turbidez nos rios. Segundo ele, há problemas pontuais em cada segmento do setor produtivo, que ainda precisam ser conhecidos e apontadas as possíveis responsabilidades.

A discussão ocorreu devido ao turvamento das águas do Rio Formoso e Rio da Prata, no final do ano passado. A situação ficou conhecida nacionalmente após reportagem do Fantástico.