
Com carro de som e faixas de apoio a Sérgio Moro, cerca de 250 pessoas estão reunidas na Avenida Afonso Pena, na Capital, em manifestação organizada para apoiar a Operação Lava Jato. O protesto foi organizado após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de que políticos investigados pela operação passarão a ser julgados pela Justiça Eleitoral, ao invés da Justiça Federal como ocorre atualmente.
Para a médica Sirlei Ratier, de 70 anos, uma das organizadoras do evento, a presença no local é para demonstrar repúdio à decisão que, segundo ela, acaba com a Lava Jato”. Na avaliação de Sirlei, “a Justiça Eleitoral nem dá conta e nem tem intenção de investigar isso”, disse referindo-se aos crimes relacionados à corrupção e caixa dois.
O evento foi organizado pelas redes sociais e às 17h15 contava com cerca de 250 pessoas na concentração, em frente ao MPF (Ministério Público Federal). Não havia presença de policiais militares e nem da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e alguns cidadãos chegaram a ocupar parte da pista, mas sem maiores problemas devido ao pequeno fluxo de veículos.

PSL – O deputado estadual Capitão Contar (PSL) esteve na manifestação para se “solidarizar com o povo brasileiro”. Ele disse considerar a decisão do STF um “retrocesso”, pois em sua avaliação a Justiça Eleitoral não possui estrutura para investigar crimes de corrupção. Segundo o parlamentar, a insatisfação das pessoas não é resultado somente da decisão do STF. “Existe uma insatisfação geral”, comentou. “Esse é o momento de demonstrar força, nossa união”, disse.
Também presente no evento, a senadora Soraia Thronicke (PSL) disse estar participando da manifestação por ter o compromisso de levar ao Senado o clamor das ruas. “Eu fui eleita aqui, aqui é meu berço e é isso aqui, é esse clamor que é minha obrigação de replicar lá”, declarou.
Advogada, a senadora disse considerar a decisão do STF “uma lástima”. “Tenho base jurídica, eu até compreendo o raciocínio jurídico daqueles seis ministros, porque no Direito você pode abraçar várias teses. O raciocínio jurídico eu não vou falar mal dele, porém a gente sabe qual é o clamor, não é jurídico”, explicou. “O problema é que aquela decisão é política. Foram tentando encontrar brechas”, afirmou a senadora. Segunda ela, estão sendo estudadas medidas a serem tomadas no Legislativo em relação ao assunto.