Deputados divergem sobre repúdio a fala de ministro e Correa tem voto de minerva
(Foto: Victor Chileno)

Na manhã desta quarta-feira (6), os deputados estaduais aprovaram em sessão, uma moção de repúdio por uma fala do atual ministro da Educação. A moção foi aprovada por 8 votos a 7. O presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Correa (PSDB) teve de recorrer ao tradicional voto de minerva para desempatar a votação.

A moção foi aprovada na primeira Ordem do Dia e teve autoria do deputado Pedro Kemp (PT), considerando a criação da moção, que a declaração do ministro tenha sido “ofensiva, grosseira e antipatriota”.

No último fim de semana, o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez deu entrevista à revista Veja onde disse que o brasileiro era ‘canibal’. “Rouba coisas dos hotéis, rouba o assento salva-vidas do avião; ele acha que sai de casa e pode carregar tudo. Esse é o tipo de coisa que tem de ser revertido na escola”, afirmava o ministro.

A declaração causou polêmica e tomou repercussão e provocou reações no Congresso e há quem defenda que ele terá de ir para a Casa de Leis dar explicações sobre as recentes declarações.

“Isso ofende a todos os brasileiros e eu acho que se nós não repudiarmos esta fala do ministro, estamos concordo com ela. Isso foi objeto de manifestação no Congresso Nacional. Eu acho que ele vai receber muitas moções de repúdio, não podemos aceitar essa ofensa”, afirmou Pedro Kemp.

Lídio Lopes (PATRI) foi simples nas suas palavras ao concordar com a moção e proferiu relembrando um velho ditado utilizado por muitos em ocasiões como esta. “Quem fala o que quer, ouve o que não quer. Vai chegar nota de repúdio do Brasil inteiro para ele”, pontuou.

Eduardo Rocha (MDB) achou que a declaração é uma coisa que não se deva generalizar, afinal, em outras partes do mundo, também ocorre esse tipo de ato citado por Ricardo Vélez. “Americano, inglês, também fazem arte. Ele tem que ir a público e se retratar, no mínimo”.

Entretanto, houve deputados que quiseram a retirada da moção, como o deputado João Henrique (PR). “A posição mais sensata nesse momento é suspender e voltar caso o ministro não venha a se retratar”, ressaltou. Os deputados Gerson Claro (PP) e Capitão Contar (PSL) também optaram pela retirada do documento da pauta.