Presidida pelo senador Nelson Trad Filho (PSD), a Comissão de Relações Exteriores aprovou nesta quinta-feira (21) um requerimento extrapauta feito pelo senador Jaques Wagner (PT-BA), que solicita a audiência pública com a presença do ministro das Relações Exteriores, Agricultura e Economia e empresários para discutir o pedido realizado pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump para que o Brasil deixe a OMC (Organização Mundial do Comércio) para avaliar o ingresso na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Durante viagem do presidente Jair Bolsonaro (PSL) aos Estados Unidos nesta semana, foi feito o pedido a Trump de ingresso na Organização, que atualmente engloba 36 países desenvolvidos. Na prática, seria uma mudança de postura econômica do país, saindo de uma organização que mantém o Brasil como país em desenvolvimento para uma que trataria as exportações brasileiras com liberalismo econômico.

Atualmente, o Brasil teria direito a desfrutar de diversas vantagens econômicas na exportação por ser tratado como país em desenvolvimento, ideia defendida no requerimento de Jaques Wagner, que foi Ministro das Relações Exteriores em 2005.

Apenas o pedido de Bolsonaro a Trump, segundo Wagner, teria feito o serviço sanitário da China recusar a proposta feita pelo Ministério da Agricultura do Brasil para autorizar mais frigoríficos do país a exportar carnes ao país asiático.

Wagner defende que este modelo ainda é mais vantajoso para o Brasil, já que nos últimos anos a economia crescer 10% ao ano para países da OMC e 5,8% nas grandes potências mundiais.

Membros da Comissão, Esperidião Amim (PP-SC) defendeu o requerimento. Márcio Bitar (MDB-AC) disse que a relação exterior brasileira tem que ser baseada “no interesse nacional”. Antônio Anastasia (PSDB-MG) afirmou que a audiência vai ser um marco para a economia nacional.

Carlos Viana (PSD-MG) afirmou que o Brasil não usa esse tratamento diferenciado da OMC e que os resultados comerciais seriam “mínimos”. “Já a entrada do Brasil na Organização para Cooperação de Desenvolvimento Econômico tira o país de um patamar adolescente e protecionista para um patamar mais elevado”.