Pular para o conteúdo
Política

Com ação no STF, lei de MS que libera depósitos judiciais tem parecer contrário de Janot

Com Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) em trâmite no STF (Supremo Tribunal Federal), a Lei Complementar 201/2015 já recebeu parecer contrário do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot Monteiro de Barros, que enfatizou o risco de um cidadão vencer demanda judicial e, mesmo assim, não conseguir sacar os valores aos quais têm direito. O julgamento sobre […]
Arquivo -
(José Cruz
(José Cruz

Com Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) em trâmite no STF (Supremo Tribunal Federal), a Lei Complementar 201/2015 já recebeu parecer contrário do Procurador-Geral da República, Monteiro de Barros, que enfatizou o risco de um cidadão vencer demanda judicial e, mesmo assim, não conseguir sacar os valores aos quais têm direito.

O julgamento sobre a inconstitucionalidade da lei sancionada pelo governador (PSDB) estava pautado para o dia 26 de junho deste ano, mas foi adiado pelo presidente do STF, ministro Dias Toffoli. Enquanto isso, em MS a Assembleia Legislativa aprovou, em sessão na quarta-feira (30) com 15 votos favoráveis e só um contrário, a segunda alteração na legislação, com o objetivo de flexibilizar ainda mais o uso e devolução dos recursos pelo Governo do Estado, que já reduziu de 30% para 20% a reserva de dinheiro

A proposta, aprovada em primeira votação, altera pela segunda vez a Lei Complementar 201, de 2015, permitindo ainda maior flexibilidade na devolução dos depósitos pelo Executivo, que hoje tem acesso a 80% de tudo o que é depositado em juízo independente de se tratar ou não de crédito tributário.

Após ser aprovada, a lei foi questionada no Supremo pela PGR (Procuradoria-Geral da República). No parecer, Janot lembrou que é dever jurídico do Judiciário a conservação desses depósitos judiciais. “Pela sistemática da lei, a parte em favor da qual se expeça decisão judicial não poderá simplesmente se dirigir ao banco e sacar os valores atualizados ou transferi-los para conta de sua preferência, na mesma ou em outra empresa financeira”, afirmou, sobre os riscos da legislação de MS prejudicar as partes processuais.

Na análise, ele lembrou que a própria lei admite flutuações no saldo do fundo com os artigos 3º e 8ª deixando ‘claro que pode ocorrer situação de indisponibilidade, ainda que momentânea, do fundo de reserva’. Nesse caso, aponta a legislação, a empresa notificará o Estado para recompor em até 48h e se não houver recomposição, autoriza Judiciário a bloquear a quantia nas contas mantidas pelo Executivo em empresas financeiras.

“Ao proceder assim com uso dos valores, institui espécie de empréstimo compulsório”, avalia o PGR, lembrando que o artigo 148 da Constituição Federal confere à União competência para instituir empréstimo compulsório em hipóteses restritas, ‘para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência, e para investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional dos Estados e municípios que não detêm competência para isso’.

Precedente

Janot menciona ainda julgamento da ADI 3.458, na qual o STF declarou inconstitucional lei similar de 2004 que previa transferência de parcela do saldo de depósitos judiciais ao tesouro estadual de Goiás, por entender que violava o artigo 2º da Constituição Federal. Na oportunidade, o ministro Menezes Direito destacou que ‘não pode uma lei estadual, de iniciativa do Poder Executivo, coarctar recursos que pertencem ao Poder Judiciário, incluída a sua administração e os recursos que podem advir das aplicações feitas”.

“A previsão legal repercute negativamente na prestação jurisdicional, pois não há segurança de que as determinações judiciais de devolução às partes de valores depositados serão cumpridas a tempo e modo. A lei vulnera a eficácia das decisões judiciais e da prestação jurisdicional, em patente confronto com o princípio da divisão funcional do poder”, afirmou Janot.

Diante da soma de razões, ele opinou pela inconstitucionalidade formal e material na lei aprovada pelo Governo de MS. O parecer foi assinado em julho de 2017 e a Adin, prevista para ser julgada em junho deste ano, permanece sob análise do Supremo.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Foragido da Justiça é preso após jogar arma no quintal da vizinha

Irmão de vereador ganha cargo de assessor chefe na prefeitura de Campo Grande

VÍDEO mostra perseguição da PRF contra traficante que carregava drogas em caminhonete em Campo Grande

tempo

Temperaturas permanecem elevadas e com chance de chuva em MS nesta sexta-feira

Notícias mais lidas agora

Cardeal norte-americano Robert Prevost é o novo papa, que adota nome Leão XIV

rota da celulose

Com investimento de R$ 217 milhões, Consórcio K&G leva Rota da Celulose em MS

Traficante abandona Ranger abarrotada de droga após perseguição em Campo Grande

Mulher é rendida por assaltante armado enquanto caminhava com a filha de 6 anos

Últimas Notícias

Brasil

Lula assiste a desfile militar e faz reunião com Putin na Rússia

Viagem do presidente brasileiro tem sido criticada por simbolizar espécie de apoio diplomático a um líder autocrata

MidiaMAIS

Agendão: Espetáculos de teatro, bazar beneficente e feiras culturais animam fim de semana em Campo Grande

Confira eventos gratuitos realizados em Campo Grande neste fim de semana

Cotidiano

Semana encerra com 1,8 mil vagas na Funsat em Campo Grande

São 192 empresas para a seleção em 156 profissões diferentes

Famosos

Filho de Luciano Huck termina com Duda Guerra após polêmica, diz colunista

Filho de Luciano Huck, Benício Huck decidiu colocar um ponto final no relacionamento com Duda Guerra após as recentes polêmicas; entenda