O presidente Jair Bolsonaro anunciou na terça-feira (12) que vai se desfiliar do PSL e criar um novo partido, o Aliança pelo Brasil. E um dia depois da declaração, a nova sigla, que ainda sequer foi oficializada, já conta com mais de 100 mil curtidas e seguidores em sua recém criada página no Facebook.

O Aliança pelo Brasil será o nono partido de Bolsonaro que, antes de ir ao PSL, era deputado federal pelo PP carioca. Porém, ele migrou para a legenda peesselista pouco antes das eleições e lá fez toda a campanha que o levou à presidência, transformando também o partido na segunda maior bancada na Câmara dos Deputados.

Até às 20h (horário de MS) desta quarta-feira (13), a página contava com 108.063 curtidas e 121.474 seguidores. Já no Instagram, o perfil conta com 138 mil seguidores, enquanto que no Twitter o número é de 87,2 mil.

Nenhuma dessas contas contam com selo de certificação das redes sociais onde estão. Nenhuma dessas contas contam com selo de certificação das redes sociais onde estão. Já no Facebook, também já existe um grupo formado por apoiadores de Bolsonaro e do novo partido, que conta até aqui com 494.505 integrantes.

A saída de Bolsonaro do PSL e decisão de criar o novo partido acontece após a sigla na qual se elegeu passar por uma grande crise, criando dois blocos, um deles envolvendo bolsonaristas e outro os bivaristas, que romperam com o presidente e acompanharam o presidente da legenda, Luciano Bivar. No centro da disputa, o fundo partidário.

Nome gera confusão e já é alvo de páginas ‘paralelas’

Um partido que documentalmente nem sequer ainda existe mas já causa alvoroço nas redes sociais, sendo inclusive confundido com um grupo opositor, que já usava o mesmo nome, Aliança pelo Brasil, anteriormente ao anúncio de Bolsonaro.

Atualmente com 19.929 curtidas e 22.531 seguidores, a página Aliança pelo Brasil (@aliancapelobrasil) no Facebook existe muito antes de Bolsonaro se candidatar a presidência e defende ideias totalmente contrárias ao do atual presidente.

Nas postagens, há desde links para textos fora da rede social até imagens pedindo uma imprensa livre e manifestações contrárias a perda de direitos trabalhistas, entre outros, pautas notadamente ligados à esquerda política.

Desde terça, apoiadores de Bolsonaro estão postando nos comentários das postagens anúncios de que a página não é a do novo partido (@aliancapelobr) no Facebook, porém há quem também poste links de ‘páginas paralelas’, com identidade semelhante a do sigla anunciada pelo presidente, mas sem caráter oficial.

O mesmo acontece nas outras redes sociais. A reportagem tentou contato através do Facebook com o administrador da página mais antiga, porém, até o fechamento deste texto, não obteve retorno. Caso haja resposta, a mesma será incluída na matéria.

O novo partido de Bolsonaro

Os advogados de Bolsonaro estimam que vão conseguir entregar, até março do ano que vem, as cerca de 500 mil assinaturas exigidas pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para criação de nova sigla. A ideia é viabilizar o partido a tempo de lançar candidatos às eleições municipais de 2020, o que exige aprovação na corte eleitoral até abril.