Investigação prova megalomania de procuradores da Lava-Jato, acusa Marun
Carlos Marun após reunião na sede do MDB em Campo Grande. (Foto/ Richelieu Pereira)

Ex-ministro da Secretaria de Governo de Michel Temer, Carlos Marun (MDB) achou “correta” a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) a favor da competência da Justiça Eleitoral para investigar casos de corrupção quando envolverem simultaneamente caixa 2 de campanha e outros crimes comuns, como lavagem de dinheiro, que são investigados na Operação Lava Jato.

O ex-deputado federal por Mato Grosso do Sul ainda acusou os integrantes da força-tarefa da Lava Jato de megalomania. “Nós últimos tempos, a Lava Jato tem se mostrado… Alguns procuradores lá de Curitiba têm se mostrado talvez excessivamente arrogantes. A própria tentativa de criação dessa fundação fez com que os próprios procuradores estivessem sob investigação. A Procuradoria Geral abrir uma investigação é prova para mim que essa, não sei se arrogância, megalomania”, declarou Marun nesta sexta-feira (15), após reunião no MDB.

“A Lava Jato cumpriu um excelente papel e o combate à corrupção é necessário que se continue, mas que se faça dentro da legalidade. E a legalidade diz que a Lava Jato não tem exclusividade da honestidade nesse país”, concluiu Marun.

Segundo o jornal O Globo, entre os alvos, estão procuradores da Lava Jato que postaram vídeos na internet conclamando a população a tomar partido no julgamento de quinta-feira (14) sobre a Justiça Eleitoral, como Deltan Dallagnol. Outro investigado será Diogo Castor, que publicou um artigo dizendo que o tribunal preparava um “golpe” contra a Lava Jato.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, entrou nesta semana com uma ação no Supremo Tribunal Federal para anular o acordo feito entre a força-tarefa da Operação Lava Jato e o governo dos Estados Unidos para ressarcimento dos prejuízos causados a investidores norte-americanos pelos casos de corrupção na Petrobras.

Em seguida, a força-tarefa da Lava Jato suspendeu a decisão de criação do fundo. Segundo o texto, a fundação seria criada para que os valores pudessem ser empregados em favor da população, conforme ocorreu em casos semelhantes no exterior. (Trechos editados a pedido do entrevistado, que retificou declarações iniciais, devidamente gravadas pela reportagem)