Reportagem de Evelin Cáceres

O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), e seu filho Rodrigo Souza Silva devem se apresentar na tarde desta quarta-feira (12), na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Campo Grande.

Logo nas primeiras horas da manhã desta quarta (12), agentes a PF foram até o apartamento do governador para cumprir mandados de busca e a apreensão. Na governadoria, os policiais saíram com malotes de documentos do local, e um perito em mídia também estava no prédio.

A cúpula do governo de Reinaldo Azambuja (PSDB) é alvo de uma operação da Polícia Federal que apura suposto esquema de pagamento de propinas em troca de benefícios fiscais em Mato Grosso do Sul. Também estão entre os implicados o deputado estadual Zé Teixeira (DEM), preso na manhã desta quarta-feira (12), e o ex-deputado federal tucano e atual conselheiro do TCE (Tribunal de Contas do Estado), Marcio Monteiro.

As investigações começaram em janeiro deste ano, após trechos da delação dos donos da JBS confirmarem denúncias anteriores sobre a suposta emissão de notas fiscais frias emitidas por pessoas ligadas ao tucano. O parlamentar Zé Teixeira teria emitido R$ 1,6 milhão em notas frias da venda de bois.

A PF limitou-se a dizer, por meio de nota, que parte da propina paga aos integrantes do atual governo se deu antes mesmo que Reinaldo tomasse posse como governador. O Jornal Midiamax já havia publicado, no começo do mês de agosto, a informação de que a JBS antecipou, na campanha de 2014, dinheiro de suposto pagamento de propina a Reinaldo Azambuja.

Na nota, a PF detalhou que além do dinheiro de propina pago na campanha de 2014, alguns pagamentos teriam acontecido em São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ), em 2015, já durante o mandato de Azambuja em Mato Grosso do Sul.

Os números apresentados pela Polícia Federal como recursos que não entraram nos cofres públicos, em razão dos benefícios fiscais concedidos à empresa frigorífica, somente entre 2015 e 2016, supera R$ 200 milhões, sendo que 30% deste montante, justamente os mesmos R$ 70 milhões delatados pelos irmãos Batistas, teriam sido pagos em propinas.