Para Delcídio, voltar para política será ato ‘de respeito aos que votaram em mim’Enquanto se reunia com advogados, juristas e especialistas nesta sexta-feira (13) em Brasília, o ex-senador Delcídio do Amaral (PTC) disse ao Jornal Midiamax que a volta para a política representa um ato “em respeito aqueles que votaram em mim”.

O ex-senador foi inocentado da acusação de crime de obstrução de Justiça na quinta-feira (12) pelo juiz federal da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, Ricardo Leite. Ao considerar nulas a gravação que embasou a denúncia do MPF (Ministério Público Federal), o magistrado manteve válida a delação premiada de Delcídio.

À reportagem, Delcídio disse que a missão principal a partir de agora será reverter a inelegibilidade para ter condições de se lançar como candidato nas próximas eleições. Mesmo sem decidir qual cargo disputar, o ex-senador afirmou que lhe tiraram um mandato “popular”.

“Claro que me tirara um mandato popular, com uma votação espetacular. Minha missão principal será voltar até em respeito àqueles que votaram em mim e por aquilo que eu trabalhei”, disse. O ex-senador também afirmou que subirá aos palanques sendo ou não candidato. 

O político ainda define com advogados se além de ingressar com ação judicial para conseguir voltar a ser ficha limpa e se candidatar esse ano, também pedirá à Justiça a volta do mandato que se encerraria neste ano. Para alguns especialistas, o pedido é plausível e tem chances de ser aceito pelo Judiciário.

Sentença

Na sentença desta quinta, o juiz Ricardo Leite afirmou que áudios de conversas captadas entre Delcídio e os outros envolvidos não são provas válidas “para ensejar qualquer decreto condenatório”. A gravação de conversas foi o principal elemento que embasou a denúncia do MPF.

O magistrado afirmou, ainda, que o processo de investigação não foi suficiente para reconstruir “a realidade fática”. Para Ricardo Leite, várias situações podem ter ocorrido que ocasionaram a conversa entre Delcídio e os outros denunciados e “a prova fornecida (a gravação obtida) foi deficiente”.

Em relação aos pedidos dos réus para liberação de bens bloqueados no decorrer do processo, o juiz pediu para que o MPF se manifeste sobre o assunto em razão de haver outros processos da Lava Jato que envolvem os réus.