O ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, vai depor à Polícia Federal em esquema de . A informação foi revelada pelo jornal “O Globo”, em reportagem publicada nesta quinta-feira (26).

Fontes internas teriam confirmado a colaboração premiada de Palocci. O ex-ministro é apontado como participante em esquemas de corrupção com os ex-governos de Dilma Rousseff (PT) e Lula (PT), por ter sido ministro em ambos os mandatos.

Palocci procurou a PF após ter tentado negociar com o MPF (Ministério Público Federal), sem sucesso. Os dois órgãos travam uma batalha no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre de quem seria o mérito de uma delação premiada.

O ex-ministro vai depor em Curitiba, onde está preso desde setembro de 2016, na superintendência da PF. No presídio também está preso o ex-presidente Lula, um dos principais alvos de seus depoimentos.

Ainda não se tem informações a respeito do conteúdo da delação de Palocci. Fontes internas apontam para uma possível explanação do trabalho do ministro junto a sua empresa de consultoria, a Projeto.

Operação Omertá

Palocci foi preso na 35ª fase da , a Operação Omertá. Nela, a empresa Projeto Consultoria Empresarial e Financeira, pertencente ao ex-ministro, foi encontrada como beneficiada nas planilhas da Odebrecht.

A PF suspeita que a empresa tenha sido utilizada pra recebimento de dinheiro oriundo de esquemas de corrupção. Órgãos públicos e empresas teriam contratado a Projeto, incluindo a Petrobrás.

O valor recebido chega a R$ 81,3 milhões entre os anos de 2006 e 2015, segundo relatório da Receita Federal. Pelo menos 47 empresas teriam contratado a Projeto nesse período, incluindo bancos, holdings e empresas do setor da saúde.