Mesa Diretora convoca sessão extraordinária para votar substituição de candidatos presos
(Foto: Divulgação)

Vereadores de – distante 225 km de Campo Grande – foram convocados pela presidente da Casa, vereadora Daniela Hall (PSD), para sessão extraordinária na manhã desta segunda-feira (10).

Em pauta, conforme o Dourados News, a alteração do regimento interno que determina que as chapas precisam ser inscritas até 48 horas antes da eleição da .

O ato acontece às 10 horas e se dá em meio à polêmica sustentada por vereadores que pedem a substituição dos membros da chapa ‘Legislativo Forte'. Pedro Pepa (DEM), Pastor Cirilo Ramão (MDB), presos na Operação Cifra Negra, são candidatos a presidente e 2° secretário, respectivamente.

Se aprovada, a mudança no regimento interno pode abrir precedentes para a alteração na composição das chapas a qualquer instante antes da votação. A política douradense vive um imbróglio após a prisão de Pepa, Cirilo Ramão e Idenor Machado (PSDB).

Depois da prisão, na última quarta-feira (5), o tucano pediu afastamento de 32 dias e foi substituído, no domingo (9), pelo suplente Maurício Lemes (PSB), por decisão do juiz da 1ª Vara Criminal de Dourados, Zalaor Murat Martins.

Uma segunda ordem judicial de Zalaor Murat, contestada, foi entregue a Daniela Hall, em tese, para suspender a sessão de domingo, até que a mudança na chapa dos vereadores presos fosse analisada.

Eles acusam a presidente da Casa de ter se equivocado e descumprido a ordem judicial ao suspender a sessão. Para eles, “em nenhum momento de seu deciso fora determinada a “suspensão da sessão”, mas sim a suspensão da eleição”, descumprindo a real determinação de Zalaor Murat. A reportagem não conseguiu contato com Hall até a publicação desse texto.

Operação

Segundo o MP-MS (Ministério Público Estadual), a operação é desdobramento das ações Telhado de Vidro e Argonautas e investiga crimes do “colarinho branco”, entre eles fraude à licitação e corrupção na Câmara da cidade há pelo menos oito anos.

As investigações indicaram que várias licitações tinham “carta marcada” de empresas que agiam juntas. Algumas delas, inclusive, se quer existiam de fato. “Sem a devida concorrência, os valores dos contratos oriundos destes processos se faziam exorbitantes”, afirma o MP.

As empresas que participavam do esquema repassam propina mensalmente para servidores públicos, entre eles vereadores que presidiam a Casa de Leis.

O juiz Luiz Alberto de Moura Filho, da 1ª Vara Criminal de Dourados, expediu 10 mandados de prisão e um de busca e apreensão. Os nomes de todos os alvos ainda não foram divulgados.